São Paulo, terça-feira, 21 de dezembro de 2004

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FUTEBOL

Clube castigado jogará em sua cidade, mas de portão fechado, define CBF

Interdição de estádio agora pune também torcedores

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) mudou o critério para punir times que tenham problemas em seu estádio. A partir de janeiro, o clube que for punido neste caso pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) poderá atuar na sua cidade, mas terá que jogar em outro campo e com portões fechados ao público.
Nos últimos anos, o time punido, como o Santos foi cinco vezes neste Brasileiro, tinha que entrar em campo, no mínimo, a 150 km do seu estádio. Mesmo assim, podia contar com o apoio dos seus torcedores, como ocorreu domingo na decisão do Brasileiro, em São José do Rio Preto.
"Na verdade, a antiga punição acabava prejudicando até mais os clubes visitantes. Alguns eram obrigados a viajar muito mais e enfrentar a pressão da torcida adversária do mesmo jeito. Com esta nova redação, o infrator será verdadeiramente punido", disse Carlos Eugênio Lopes, diretor jurídico da CBF, responsável pela redação da RDI (Resolução de Diretoria) que cria a nova regra.
Segundo o dirigente, a viagem do Palmeiras até Garanhuns (PE) em 2003 foi um dos principais argumentos para mudar a punição.
No quadrangular final da Série B do ano passado, o time de São Paulo foi obrigado a viajar até o agreste pernambucano para enfrentar o Sport, equipe do Recife que havia sido punida com a restrição do mando de campo.
"Aquilo foi demais. A partir daí, começamos a estudar a mudança da punição", afirmou Lopes.
A nova RDI foi assinada na última sexta-feira pelo presidente interino da CBF, Nabi Abi Chedid, após uma reunião com o diretor jurídico da entidade.
Ricardo Teixeira, presidente da confederação, está em Zurique, na Suíça, onde ontem a Fifa anunciou o meia-atacante Ronaldinho, do Barcelona, como o melhor jogador do mundo em 2004.
Com a entrada em vigor do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) neste ano, o Brasileiro teve oito clubes punidos com a limitação do mando de campo. A procuradoria também ganhou mais poder para oferecer denúncias contra os clubes infratores.


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