|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Prefeito e governador são agraciados com passagem do time; rota contemplou patrocinador
Carreata vira palco para políticos
DA REPORTAGEM LOCAL
Concebida para ser uma festa
para o torcedor são-paulino, a
carreata do tricampeonato mundial agradou também ao prefeito
de São Paulo, que é palmeirense,
ao governador do Estado, que torce pelo Santos, e ao patrocinador
do clube do Morumbi.
O trajeto do elenco entre o aeroporto de Guarulhos e o Morumbi
teve desvios estratégicos, para que
o elenco fosse recebido pelo prefeito, José Serra, pelo governador,
Geraldo Alckmin (ambos do
PSDB e postulantes à candidatura
do partido às eleições presidenciais do ano que vem), e na frente
da sede da LG, a multinacional
sul-coreana que patrocina o time.
A primeira parada foi na Prefeitura e durou cerca de 15 minutos.
A comitiva chegou ao local pouco
antes das 12h -a previsão era de
que passasse por lá às 9h-, sob
sol forte. Serra cumprimentou o
diretor de futebol, Juvenal Juvêncio, abraçou o goleiro Rogério, ergueu a taça e deu ao jogador uma
placa de reconhecimento pelo título e uma bandeira da cidade.
"O São Paulo tem o nome da cidade, que se promoveu com o título", disse o prefeito, que, apesar
de ser palmeirense, afirmou ter
torcido pela equipe do Morumbi.
Para ele, a festa foi muito "ordeira" e se destacou pela comemoração espontânea dos torcedores são-paulinos, o que reconheceu que não era o planejado.
Mesmo assim, a repetição de desfiles como o de ontem não foi descartada por Serra, que vetou comemorações na avenida Paulista.
Cerca de quatro horas depois de
ter passado pelo gabinete do prefeito, a delegação desembarcou
no Palácio dos Bandeirantes.
Lá, os atletas, dirigentes e comissão técnica receberam uma
medalha de Alckmin, que editou
decreto "batizando" uma estação
da linha 4 do metrô (em construção) de "São Paulo-Morumbi".
"Hoje, a cidade toda veio abraçar os jogadores. O time está de
parabéns. Todos temos que cantar, unidos: "Salve o Tricolor Paulista, amado clube brasileiro'",
disse o governador.
Marcelo Portugal Gouvêa, presidente do São Paulo, afirmou que
a delegação só visitou os políticos
porque foi convidada por eles.
Seu diretor de planejamento,
João Paulo de Jesus Lopes, esclareceu que a idéia da visita ao prefeito surgiu em um evento onde
os jogadores e Serra estavam presentes antes do Mundial no Japão.
"Na ocasião, Rogério disse ao Serra que havia votado nele e pediu
que o prefeito torcesse pelo São
Paulo. Depois do título, veio o
convite", contou o dirigente.
Sobre a passagem pelo Palácio
dos Bandeirantes, Lopes afirmou
que o pedido de chamar a estação
do metrô pelo nome do clube é
antigo, e que só foi concedido
agora -o que motivou o chamado de Alckimin à solenidade, que
foi acompanhada por cerca de 2
mil torcedores.
Entre a visita a Serra e a visita a
Alckmin, os são-paulinos fizeram
outro desvio no trajeto original,
para passarem na frente do prédio onde funcionam os escritórios
da LG, na avenida Chucri Zaidan.
Este desvio obrigou as autoridades a interditarem parte da Marginal Pinheiros e a interromperem pela segunda vez o trânsito
em uma das pistas da avenida
Luiz Carlos Berrini -que já havia
sido usada pelo comboio cerca de
meia hora mais cedo.
A parada no QG do patrocinador serviu para incorporar mais
um passageiro no trio elétrico
são-paulino: Choong Bong Cho,
presidente da empresa no país.
Assim como havia feito Serra e
como Alckmin faria mais tarde,
ele ergueu a taça conquistada no
domingo com a vitória de 1 a 0 sobre o Liverpool em Yokohama.
Texto Anterior: Futebol: Após dispensa, Sérgio renova com Palmeiras Próximo Texto: Torcedor cai, e fios atrapalham festa Índice
|