DO ENVIADO A ZURIQUE

Na elite da bola, o meia-atacante Ronaldinho não é tão consagrado quanto entre todos os membros do futebol mundial. Se considerados somente os votos das seleções mais representativas, sua escolha como melhor do mundo pela Fifa seria mais apertada.
A Folha analisou as escolhas de dez equipes nacionais, entre campeãs mundiais e os melhores times europeus -excluída a seleção brasileira.
Os votos estiveram distribuídos por um maior número de jogadores dentro dessa elite.
Nesse grupo, Ronaldinho obteve 45 pontos, sendo escolhido o melhor por apenas 5 dos 20 eleitores. Obteve menos do que o dobro dos pontos do italiano Maldini, que ficou com 23. O inglês Frank Lampard seria o terceiro colocado por essa votação limitada.
Ao se levar em conta todo o corpo eleitoral da Fifa, a diferença do jogador do Barcelona foi bem maior. Ficou com 956 pontos, três vezes mais do que os 306 ganhos por Lampard. O atacante camaronês Eto'o ficou com a terceira posição, com 190 pontos.
Dentro do grupo de seleções fortes, Ronaldinho tem grande apoio entre os treinadores, mas não entre seus colegas.
Quatro dos dez treinadores optaram pelo meia do Barcelona.
Entre os capitães dos dez times nacionais analisados, entretanto, apenas Galasek, da República Theca, escolheu o meia-atacante como o melhor do mundo.
Nesse grupo, o zagueiro italiano Maldini, respeitado dentro da profissão, foi o que mais teve apoio -três deles o apontaram como o que mais se destacou.
A preferência por colegas de equipe ou amigos pode ser uma explicação para a queda do brasileiro entre seus pares.
O italiano Cannavaro, por exemplo, escolheu Ibrahimovic, com quem joga na Juventus. Também zagueiro do time juventino, o uruguaio Montero escolheu Zidane, que era seu companheiro de time, e Nedved, que veste a mesma camisa que ele.
O inglês Beckham optou por Ronaldo -ambos atuam juntos no Real Madrid. Entre outros votantes, esses jogadores foram pouco citados. (FÁBIO VICTOR)

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