São Paulo, segunda, 21 de dezembro de 1998

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CORTADA
Psicologia aplicada

CIDA SANTOS
Na Superliga, a novidade vem do Olympikus: o time está trabalhando com uma psicóloga. Já foram feitas duas avaliações com os atletas. O objetivo é traçar um perfil da equipe e dos jogadores. Com as informações, o técnico Renan pode aproveitar melhor as características de cada um.
Um exemplo: como um jogador suporta o seu erro? Tem alguns que sofrem muito com as próprias falhas e acabam caindo de rendimento depois de erros seguidos. Já outros não se abatem. Ao contrário, chegam até a ficar mais estimulados para acertar a bola seguinte.
Com esses dados, o técnico tem condições de avaliar melhor que tipo de substituição pode fazer em determinados momentos das partidas.
As informações também podem ajudar a orientar o levantador. Se o atacante, por exemplo, é daqueles que se abatem, não é bom repetir uma bola para ele depois de um erro.
Através das avaliações, feitas pela psicóloga Paula Almeida, é possível conhecer características que ajudam no rendimento do time e no relacionamento entre técnico e jogador. Como é, por exemplo, o comportamento do atleta em uma situação de pressão? Uns são movidos a broncas, outros, a elogios...
Renan, que pela primeira vez trabalha com psicólogo, diz que está surpreso com os resultados alcançados. Comparando o vôlei da época em que era jogador com o de agora, ele diz que o esporte, no Brasil, evoluiu tecnicamente e deu um salto enorme fisicamente. Mas na parte tática e na psicológica ainda deixa muito a desejar.
Ele tem razão. No país, o trabalho psicológico é ainda pouco usado pelos técnicos. No futebol, Wanderley Luxemburgo inovou levando uma psicóloga para a seleção brasileira. Na Superliga masculina, pelo menos mais duas outras equipes já trabalham com psicólogos: a Ulbra e o Unincor. Um bom começo.

E-mail: cidasan@uol.com.br



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