do enviado a Santos

Sem contar ainda com os US$ 35 milhões que serão investidos por seu novo parceiro neste ano, o Santos estréia hoje no Rio-São Paulo, às 16h, contra o Botafogo, na Vila Belmiro, apostando nos jogadores "repatriados" para repetir o título de 97, sob o comando de Wanderley Luxemburgo.
Os maiores reforços santistas para este início de temporada são jogadores que pertencem ao clube, mas que estavam defendendo outras equipes no ano passado.
Caio, Ânderson, Baiano, Hélder e Dutra, caras conhecidas da torcida santista, tiveram projeção nacional, cada um a sua maneira, e voltaram ao clube mais experientes e em melhor fase do que quando foram emprestados.
"São grandes profissionais, que souberam dar a volta por cima. Todos eles se recuperaram, voltaram prestigiados. Estou certo de que vão dar uma grande contribuição. Eu os considero grandes reforços, não atletas que voltaram só porque o período de empréstimo acabou", afirmou o técnico do Santos, Carlos Alberto Silva.
O atacante Caio, que teve boa passagem pelo Flamengo, é apresentado como solução para os problemas do setor.
O jogador estava emprestado ao clube carioca, foi campeão do Estadual do Rio e da Copa Mercosul e se transformou em ídolo da torcida. Só não ficou na Gávea porque a diretoria do Santos não quis vendê-lo. Em contrapartida, o time paulista teve que devolver ao Flamengo o meia Lúcio, que pertence ao clube do Rio.
"Estou feliz em voltar, vou ficar mais perto da minha família, da minha namorada. Estou mais confiante do que na primeira vez que defendi o Santos (em 97). Estava voltando da Europa (jogou na Inter de Milão, da Itália) e queria mostrar logo o meu valor. A ansiedade atrapalhou. Queria provar que era bom, mas, com a pressão dos torcedores, acabei não indo bem", declarou o jogador, que fará dupla de ataque com o também ex-são-paulino Dodô.
Entre os "repatriados" está um jogador que deixou o Santos desacreditado e conseguiu chegar à seleção brasileira.
O volante Baiano, um dos principais nomes do Vitória no Brasileiro-99, será titular no time de Silva e só não defende o Santos hoje porque está no Paraná jogando o Pré-Olímpico.
Outro que voltou prestigiado pela torcida do Santos é o lateral-direito Ânderson. O jogador, que se diz "um dos melhores do país na posição", chegou a se desentender com torcedores antes de se transferir para o São Paulo, time que defendeu no Brasileiro-99.
"Adoro jogar na Vila Belmiro, estou confiante nessa volta. Quero retornar à seleção brasileira, pois sei que a lateral direita é uma posição carente."
O Santos terá ainda a presença de outro "repatriado", o volante Hélder. O jogador, que atuou pelo Juventude no ano passado, atuará no meio-campo ao lado de Marcelo Silva, Eduardo Marques e Caíco, até o retorno de Baiano da seleção brasileira.
Dutra, que estava no América-MG, será opção para a lateral esquerda, cujo titular é Rubens Cardoso, destaque do Guarani no Campeonato Nacional de 99.

Parceria
Após a assinatura de contrato entre o Santos e a CIE/Octagon Koch Tavares, que deve acontecer em até 40 dias, a equipe paulista receberá investimentos de US$ 20 milhões apenas para a contratação de jogadores.
Com esse novo cenário, a principal dificuldade do técnico Carlos Alberto Silva -o pequeno grupo jogadores profissionais- deve ser sanada.
"Estou trabalhando com apenas 17 profissionais, o que é um elenco muito restrito. Por todas as dificuldades de preparação que tivemos até agora, esses atletas merecem começar bem o Rio-São Paulo", afirmou Silva.
Com a aprovação de parceria pelo Conselho Deliberativo na quarta à noite, já começam a surgir especulações sobre reforços.
O primeiro nome que aparece com força é o do atacante Viola, atualmente apenas uma opção no Vasco da Gama. Outros jogadores que interessam são o meia Leonardo, do Milan, e Djalminha, do La Coruña. (FERNANDO MELLO)