São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 2003 |
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FUTEBOL Brasileiro Edu Esídio, maior artilheiro da história do Campeonato Peruano, defenderá time de Jundiaí no Estadual Atacante com HIV participa do Paulista
CLAUDIO LIZA JUNIOR FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS Maior artilheiro da história do Campeonato Peruano, o atacante brasileiro Edu Esídio, 32, que é portador do vírus HIV, acertou ontem contrato com o Paulista, de Jundiaí, em busca de reconhecimento dentro do país. "A oportunidade de disputar a Série A-1 do Campeonato Paulista é algo que todo jogador quer. Se eu fizer aqui a metade dos gols que fiz no Peru terei as portas abertas", disse o jogador. Revelado pelo União São João, de Araras, o jogador foi tricampeão peruano pelo Universitário, de Lima, logo após descobrir que havia sido contaminado pelo vírus da Aids, em 1998. A contaminação, segundo ele, ocorreu em uma relação sexual com uma mulher portadora do HIV. Em 2000, Esídio marcou 37 gols pelo Universitário. Foi o segundo maior artilheiro do mundo no ano, atrás apenas do também brasileiro Jardel, que fez um gol a mais, em Portugal. "No começo pensei que iria parar, mas tive um grande apoio dos meus pais, da minha mulher [ele se casou em 99] e dos atletas. Os jogadores me procuraram para dizer que nada iria mudar, que eu continuava igual a eles." Apesar de Esídio ter tido apoio dos atletas, a diretoria do Universitário chegou a anunciar a demissão do atleta após ele descobrir que era portador do vírus. A medida, no entanto, foi revista com base em pareceres médicos. No ano passado, Esídio jogou a final da Série A-2 pelo Marília e ajudou a equipe a subir de divisão. Ele chegou a retornar ao Peru, onde recebeu propostas do Paulista e do Joinville-SC. O contrato assinado com o Paulista é de três meses. Segundo o supervisor de futebol do clube, Moisés Cândido, o fato de Esídio ser soropositivo não preocupa. "A área médica disse que ele tem condições para jogar, e isso basta. Ele é muito bem aceito e poderá até passar essa experiência para os jovens atletas", disse. A Federação Paulista de Futebol informou que ainda não recebeu o comunicado de registro para o Estadual, mas sustenta que basta a aprovação do departamento médico do Paulista para ele disputar o torneio sem restrições. Segundo o médico infectologista Otávio Augusto Tranchini, é improvável que um acidente com o jogador possa provocar a contaminação de colegas de profissão. "Não há restrições à atuação dele em competições. A contaminação de outros atletas, por mistura de sangue ou simples contato, é improvável", afirmou. Texto Anterior: Brasil procura gols e vaga na final no Qatar Próximo Texto: Lateral novato perde disputa no São Paulo Índice |
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