São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2000


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FUTEBOL
Estratégia é manter atleta por quatro anos
Grêmio faz plano "fica Ronaldinho"

LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

O Grêmio já trabalha para definir, até sexta-feira, uma estratégia específica que lhe permita manter o atacante Ronaldinho no time.
A proposta, que será feita pelo clube ao jogador e à sua família nos próximos dias, passará por tratativas que estão sendo discutidas com a ISL, empresa de marketing esportivo que acertou uma parceria com o Grêmio.
"Vamos reconhecer a valorização do jogador e, nesta semana, tentaremos encontrar uma estratégia para mantê-lo por três ou quatro anos", disse o vice-presidente de futebol do clube gaúcho, Antônio Vicente Martins.
A Agência Folha apurou que o Grêmio vem trabalhando com cifras que podem facilitar a permanência do jogador.
Em primeiro lugar, está o balanço dos negócios feitos nos primeiros dias do ano.
Para contratar os atacantes Paulo Nunes e Gabriel Amato, o volante Astrada, o lateral-direito Anderson, o meia Zinho e os zagueiros Marinho e Nenê, o clube desembolsou, em valores líquidos, apenas R$ 2 milhões.
Do gasto total com esses negócios, de R$ 27,5 milhões, foram abatidos os R$ 25,5 milhões arrecadados com as vendas dos passes de Scheidt (R$ 12 milhões), Fabinho, Cleisson, Agnaldo, Magrão, Robert e Zé Alcino, além dos empréstimos de jogadores como Djair e Zé Carlos.
Com isso, os US$ 30 milhões (cerca de R$ 50 milhões) a serem injetados pela ISL no clube em 2000 ainda não foram utilizados. Por enquanto, há apenas comprometimentos futuros, principalmente com salários de jogadores da equipe.
Tais valores deverão ser usados justamente para aquela que seria a grande "contratação" gremista: o próprio Ronaldinho, que atualmente ganha R$ 50 mil mensais, com sua permanência assegurada antes de se encerrar o contrato (fevereiro de 2001) e de entrar em vigor a Lei Pelé (março de 2001), que prevê o passe livre.
O jogador vem pedindo ao presidente do Grêmio, José Alberto Guerreiro, que não o deixe sair do clube. Guerreiro tem dito que pretende mantê-lo, garantindo-lhe uma vultosa compensação financeira.
A vontade do Grêmio supera até mesmo o risco de o tempo passar e Ronaldinho ficar sem contrato, o que significaria abrir mão do jogador e de previsíveis dezenas de milhões de dólares.
O principal problema para o Grêmio é que Ronaldinho pode optar por deixar o tempo passar sem tomar nenhuma atitude. Encerrado seu contrato, o jogador ficaria na iminência de ter o passe livre, podendo obter todo o dinheiro referente a uma negociação em razão da Lei Pelé.
Os dirigentes do Grêmio, porém, descartam essa hipótese. Na sua interpretação, como o contrato termina antes de entrar em vigor a nova legislação, o vínculo do jogador com o clube seria mantido de qualquer maneira. Apostam, também, que Ronaldinho estaria disposto a permanecer no seu clube em troca de uma compensação financeira.
Amanhã, dirigentes do Leeds United estarão em Porto Alegre para tentar comprar o passe do jogador. Apesar dos desmentidos do clube inglês, o Grêmio diz que a proposta chega a US$ 81 milhões. Mesmo assim, não pretende negociá-lo.
O presidente do Grêmio confirma que teve, com a ISL, "a conversa mais importante de todas" as tidas até agora com a empresa.
Seu conteúdo é guardado em segredo, mas a Agência Folha apurou que, além do dinheiro a ser investido no clube, há uma possibilidade de parceria específica relacionada a Ronaldinho.


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