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FUTEBOL
Estratégia é manter atleta por quatro anos
Grêmio faz plano
"fica Ronaldinho"
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
O Grêmio já trabalha para definir,
até sexta-feira, uma estratégia específica que lhe permita manter o
atacante Ronaldinho no time.
A proposta, que será feita pelo
clube ao jogador e à sua família
nos próximos dias, passará por
tratativas que estão sendo discutidas com a ISL, empresa de marketing esportivo que acertou uma
parceria com o Grêmio.
"Vamos reconhecer a valorização do jogador e, nesta semana,
tentaremos encontrar uma estratégia para mantê-lo por três ou
quatro anos", disse o vice-presidente de futebol do clube gaúcho,
Antônio Vicente Martins.
A Agência Folha apurou que o
Grêmio vem trabalhando com cifras que podem facilitar a permanência do jogador.
Em primeiro lugar, está o balanço dos negócios feitos nos primeiros dias do ano.
Para contratar os atacantes Paulo Nunes e Gabriel Amato, o volante Astrada, o lateral-direito
Anderson, o meia Zinho e os zagueiros Marinho e Nenê, o clube
desembolsou, em valores líquidos, apenas R$ 2 milhões.
Do gasto total com esses negócios, de R$ 27,5 milhões, foram
abatidos os R$ 25,5 milhões arrecadados com as vendas dos passes de Scheidt (R$ 12 milhões), Fabinho, Cleisson, Agnaldo, Magrão, Robert e Zé Alcino, além dos
empréstimos de jogadores como
Djair e Zé Carlos.
Com isso, os US$ 30 milhões
(cerca de R$ 50 milhões) a serem
injetados pela ISL no clube em
2000 ainda não foram utilizados.
Por enquanto, há apenas comprometimentos futuros, principalmente com salários de jogadores da equipe.
Tais valores deverão ser usados
justamente para aquela que seria
a grande "contratação" gremista:
o próprio Ronaldinho, que atualmente ganha R$ 50 mil mensais,
com sua permanência assegurada
antes de se encerrar o contrato
(fevereiro de 2001) e de entrar em
vigor a Lei Pelé (março de 2001),
que prevê o passe livre.
O jogador vem pedindo ao presidente do Grêmio, José Alberto
Guerreiro, que não o deixe sair do
clube. Guerreiro tem dito que
pretende mantê-lo, garantindo-lhe uma vultosa compensação financeira.
A vontade do Grêmio supera até
mesmo o risco de o tempo passar
e Ronaldinho ficar sem contrato,
o que significaria abrir mão do jogador e de previsíveis dezenas de
milhões de dólares.
O principal problema para o
Grêmio é que Ronaldinho pode
optar por deixar o tempo passar
sem tomar nenhuma atitude. Encerrado seu contrato, o jogador ficaria na iminência de ter o passe
livre, podendo obter todo o dinheiro referente a uma negociação em razão da Lei Pelé.
Os dirigentes do Grêmio, porém, descartam essa hipótese. Na
sua interpretação, como o contrato termina antes de entrar em vigor a nova legislação, o vínculo do
jogador com o clube seria mantido de qualquer maneira. Apostam, também, que Ronaldinho
estaria disposto a permanecer no
seu clube em troca de uma compensação financeira.
Amanhã, dirigentes do Leeds
United estarão em Porto Alegre
para tentar comprar o passe do
jogador. Apesar dos desmentidos
do clube inglês, o Grêmio diz que
a proposta chega a US$ 81 milhões. Mesmo assim, não pretende negociá-lo.
O presidente do Grêmio confirma que teve, com a ISL, "a conversa mais importante de todas"
as tidas até agora com a empresa.
Seu conteúdo é guardado em
segredo, mas a Agência Folha
apurou que, além do dinheiro a
ser investido no clube, há uma
possibilidade de parceria específica relacionada a Ronaldinho.
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