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FUTEBOL
Wembley, 76, dá lugar a moderno estádio e se transforma em trunfo da candidatura inglesa a 2006
Inglaterra troca "templo" por Copa
FÁBIO ZANINI
de Londres
O estádio de Wembley, em Londres, considerado o "templo do
futebol mundial", está com os
dias contados.
Em um projeto cercado de polêmica promovido pelo governo
britânico, o estádio será completamente destruído e, em seu lugar, um novo Wembley vai surgir.
A demolição do histórico local,
que será feita ao longo de seis meses, enfrenta resistências de alguns torcedores tradicionalistas.
Mesmo assim, deve começar
em breve -em abril, mais exatamente. Já as obras de construção
do novo estádio estão programadas para começar em novembro.
A Inglaterra, assim como Brasil,
Alemanha, Marrocos e África do
Sul, é candidata a abrigar a Copa
do Mundo de 2006.
A construção do novo estádio é
um dos principais trunfos da
campanha inglesa, apesar de não
estar diretamente vinculada a ela.
O novo Wembley custará quase
500 milhões de libras (cerca de R$
1,4 bilhão), dinheiro vindo de empresas privadas e de verba arrecadada pelo governo com loterias.
Quando estiver completo, no
início de 2003, poderá abrigar 90
mil espectadores sentados, 10 mil
a mais do que a capacidade atual.
"Londres não tem um estádio
comparável aos melhores da Europa, como o Camp Nou (Barcelona) ou o Giuseppe Meazza (Milão). Há pelo menos cinco anos
havia a idéia de se construir o
mais moderno estádio do mundo, mas agora o projeto vai ser
executado", explica Chris Palmer,
diretor do Wembley National
Stadium Limited, empresa que
coordena a obra.
A princípio, pensou-se em reformar o velho estádio, mas essa
idéia precisou ser abandonada.
"O custo de se modernizar um
estádio construído nos anos 20
seria pelo menos duas vezes
maior, além de ser uma obra bem
mais complicada", afirma.
Cinco outros locais em Londres
foram estudados para a construção do novo estádio, mas acabou-se optando por erguê-lo no lugar
do velho Wembley.
"Já existe infra-estrutura de
transporte no local, e as condições de escoamento de público
são excelentes. Além do mais, não
faria sentido ter um novo estádio
nacional e manter, ao mesmo
tempo, o velho Wembley", diz.
O projeto do novo estádio também foi marcado pela controvérsia. A primeira idéia era construir
uma pista de atletismo em volta
do campo, transformando Wembley em uma arena olímpica.
Mas, após uma briga de bastidores que envolveu até o primeiro-ministro Tony Blair, resolveu-se manter o estádio exclusivamente para futebol e rúgbi.
A Associação de Atletismo britânica protestou, sem sucesso.
Prevaleceu o argumento de que a
pista diminuiria a capacidade do
estádio e manteria o público muito afastado do campo.
Shopping
O novo Wembley terá teto removível e será mais alto, além de
contar com shopping center, um
museu e um hotel.
Mas, para tristeza dos nostálgicos, uma de suas marcas registradas, as famosas "torres gêmeas"
da fachada, vai desaparecer.
Em substituição, será feito um
arco de metal, de 133 metros de altura. "Infelizmente, as torres não
terão lugar no novo projeto, mas
outras marcas registradas do estádio serão mantidas", diz o diretor.
Assim, o novo projeto promete
manter a "royal box", tribuna de
honra reservada para a família
real britânica, e que serve também
para a entrega de troféus.
Além disso, o novo estádio terá
um sistema acústico que garantirá a manutenção do famoso "eco
de Wembley", que permite a um
torcedor sentado na ultima fileira
ouvir com clareza os ruídos do
campo de jogo.
Entre os principais momentos
da história do estádio está a final
da Copa do Mundo de 1966, disputada na Inglaterra e vencida pelos donos da casa, que bateram a
Alemanha em uma final polêmica. O estádio também se notabilizou por abrigar shows de rock.
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