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Estatuto e Procon são esquecidos
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Se o incidente envolvendo
torcedores após o jogo São
Paulo 1 x 1 Corinthians tivesse causado mortes, a família
da vítima teria direito a R$ 15
mil, mesmo valor para o caso
de invalidez permanente.
Para despesas hospitalares, o seguro contratado pela
Federação Paulista de Futebol cobre até R$ 3.000. Trata-se de direito assegurado
pelo Estatuto do Torcedor,
mas pouquíssimo conhecido
pelo maior interessado.
Tanto é que, até anteontem, nenhum torcedor ferido no Morumbi procurou a
federação ou o Unibanco Seguros para acioná-lo.
Outras formas de manifestação do torcedor -via Procon e Ministério Público do
Consumidor- também não
haviam sido acionadas até a
noite de anteontem.
Na quinta-feira, a Folha
tentou entrar em contato
com o ouvidor do Campeonato Paulista, Edson Ramos
da Silva, pelo site da federação, para saber quantas reclamações a ouvidoria recebeu em relação ao clássico,
mas não obteve resposta.
Segundo o estatuto, o torcedor tem direito a amplo
acesso ao ouvidor, mediante
comunicação postal ou mensagem eletrônica.
Até do ponto de vista do
consumidor, o estatuto tem
sido pouco usado.
"Há milhões de consumidores de futebol no Brasil e o
que a gente recebe de denúncia dá para contar nos dedos", alerta Paulo Góes, diretor de fiscalização do Procon, em São Paulo.
José Luiz Portella, presidente do grupo que criou o
estatuto, aponta que o desrespeito ao item ""plano de
ação", previsto no documento, permitiu o incidente do
Morumbi. Ele ressaltou a necessidade de participação da
sociedade para que o plano
seja bem elaborado.
""A lei fixa prazo de 60 dias
antes do início do torneio
para o plano de ação ser
apresentado, e 45 para ser
definido. Os 15 dias de carência são para que a sociedade
possa sugerir e cobrar", diz.
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