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São Paulo, sábado, 22 de março de 2003

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FUTEBOL

Equipe chega "inteira" à final contra o "debilitado" São Paulo, que pode ficar sem os baleados Kaká e Luis Fabiano

Corinthians vê "vantagem" no ambulatório

DOS ENVIADOS A EXTREMA E
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos clubes que jogam hoje a final é modelo na estrutura de seus departamentos e tem excelentes recursos médicos e de fisicultura. Mas chega à decisão estropiado, com o ídolo do time e seu principal artilheiro baleados.
O rival se apresenta à disputa do título na ponta dos cascos, embora tenha enfrentado no meio do campeonato uma crise em seu departamento médico, ao demitir o chefe do setor -que trabalhava lá havia 24 anos- e desencadear uma crise interna no clube.
O debilitado São Paulo (diagnóstico 1) corre atrás do título contra o inteiro Corinthians (diagnóstico 2) na decisão que opõe os dois times grandes desde seus ambulatórios.
Dos 11 titulares corintianos, seis atuaram em todos os dez jogos do Estadual. Dos cinco restantes, só dois ficaram de fora por causa de lesões -Gil, que torceu o tornozelo, e Kléber, que cortou o pé. Em ambos os casos, o clube esperou para contar com ambos em campo até que os dois estivessem plenamente recuperados.
Segundo o preparador físico do Corinthians, Moracy Sant"Anna, os três principais itens para diminuir o risco de contusões dos atletas são: treinamento dosado, boa alimentação e um bom descanso.
"Se um desses itens não estiver em equilíbrio com os outros, o jogador vai ficar mais propenso a ter lesões", afirma Moracy, que também tem prevenido eventuais contusões com treinos matinais.
"De manhã, os jogadores estão mais descansados, e o risco é menor", disse o preparador, que introduziu em 2002 a imersão no gelo, método de relaxamento muscular utilizado por praticantes de triatlo e futebol americano.
"O gelo elimina várias toxinas do corpo. Por isso, também é importante na prevenção de contusões", ensina Moracy, que já foi preparador físico do rival de hoje.
"Todos os aparelhos que o Corinthians tem o São Paulo tem. E o Moracy aprendeu e desenvolveu sua sabedoria no São Paulo", diz o médico Marco Aurélio Cunha, supervisor do São Paulo.
Mas o clube do Morumbi mostrou problemas nesta reta final do Paulista. Nos últimos jogos e principalmente para esta decisão, seu departamento foi quase tão importante quanto o técnico Oswaldo de Oliveira na hora de escalar.
O caso mais dramático é o de Kaká, ídolo do time, que ontem reclamou de dores na coxa direita e reservadamente diz que não sabe nem se poderá defender a seleção brasileira. No jogo anterior, ele disputou 65 minutos.
Apesar da sitiuação, o técnico são-paulino diz que ele deve estar em campo. "A previsão é que aumente o tempo, mas a partida inteira é impossível", diz Oliveira.
Mesmo apreensivo, Kaká ontem disputou um "rachão". Não se sabe se para tentar enganar o rival ou se para fazer algum teste.
Já o lateral-direito Leonardo foi descartado. Apesar de dizer que não sente as mesmas dores musculares, seu ritmo de treino diminuiu. Outro baleado é Luis Fabiano. O artilheiro do Paulista preocupa Oliveira por ter sentido dores no joelho após choque com o corintiano Doni no primeiro gol são-paulino, no último domingo.
Adriano, primeira opção no banco para o meio-de-campo, também não está 100%.
Além dos casos físicos, os jogadores do São Paulo jogam hoje com dores no bolso também. A premiação pela participação no Brasileiro-2002 está atrasada. (EDUARDO ARRUDA, LÚCIO RIBEIRO, PAULO GALDIERI E RODRIGO BERTOLOTTO)


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