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FUTEBOL
Equipe chega "inteira" à final contra o "debilitado" São Paulo, que pode ficar sem os baleados Kaká e Luis Fabiano
Corinthians vê "vantagem" no ambulatório
DOS ENVIADOS A EXTREMA E
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos clubes que jogam hoje a
final é modelo na estrutura de
seus departamentos e tem excelentes recursos médicos e de fisicultura. Mas chega à decisão estropiado, com o ídolo do time e
seu principal artilheiro baleados.
O rival se apresenta à disputa do
título na ponta dos cascos, embora tenha enfrentado no meio do
campeonato uma crise em seu departamento médico, ao demitir o
chefe do setor -que trabalhava lá
havia 24 anos- e desencadear
uma crise interna no clube.
O debilitado São Paulo (diagnóstico 1) corre atrás do título
contra o inteiro Corinthians
(diagnóstico 2) na decisão que
opõe os dois times grandes desde
seus ambulatórios.
Dos 11 titulares corintianos, seis
atuaram em todos os dez jogos do
Estadual. Dos cinco restantes, só
dois ficaram de fora por causa de
lesões -Gil, que torceu o tornozelo, e Kléber, que cortou o pé.
Em ambos os casos, o clube esperou para contar com ambos em
campo até que os dois estivessem
plenamente recuperados.
Segundo o preparador físico do
Corinthians, Moracy Sant"Anna,
os três principais itens para diminuir o risco de contusões dos atletas são: treinamento dosado, boa
alimentação e um bom descanso.
"Se um desses itens não estiver
em equilíbrio com os outros, o jogador vai ficar mais propenso a
ter lesões", afirma Moracy, que
também tem prevenido eventuais
contusões com treinos matinais.
"De manhã, os jogadores estão
mais descansados, e o risco é menor", disse o preparador, que introduziu em 2002 a imersão no gelo, método de relaxamento
muscular utilizado por praticantes de triatlo e futebol americano.
"O gelo elimina várias toxinas
do corpo. Por isso, também é importante na prevenção de contusões", ensina Moracy, que já foi preparador físico do rival de hoje.
"Todos os aparelhos que o Corinthians tem o São Paulo tem. E o
Moracy aprendeu e desenvolveu
sua sabedoria no São Paulo", diz o
médico Marco Aurélio Cunha,
supervisor do São Paulo.
Mas o clube do Morumbi mostrou problemas nesta reta final do
Paulista. Nos últimos jogos e principalmente para esta decisão, seu
departamento foi quase tão importante quanto o técnico Oswaldo de Oliveira na hora de escalar.
O caso mais dramático é o de
Kaká, ídolo do time, que ontem
reclamou de dores na coxa direita
e reservadamente diz que não sabe nem se poderá defender a seleção brasileira. No jogo anterior, ele disputou 65 minutos.
Apesar da sitiuação, o técnico
são-paulino diz que ele deve estar
em campo. "A previsão é que aumente o tempo, mas a partida inteira é impossível", diz Oliveira.
Mesmo apreensivo, Kaká ontem disputou um "rachão". Não
se sabe se para tentar enganar o rival ou se para fazer algum teste.
Já o lateral-direito Leonardo foi
descartado. Apesar de dizer que
não sente as mesmas dores musculares, seu ritmo de treino diminuiu. Outro baleado é Luis Fabiano. O artilheiro do Paulista preocupa Oliveira por ter sentido dores no joelho após choque com o
corintiano Doni no primeiro gol
são-paulino, no último domingo.
Adriano, primeira opção no
banco para o meio-de-campo,
também não está 100%.
Além dos casos físicos, os jogadores do São Paulo jogam hoje
com dores no bolso também. A
premiação pela participação no
Brasileiro-2002 está atrasada.
(EDUARDO ARRUDA, LÚCIO RIBEIRO, PAULO
GALDIERI E RODRIGO BERTOLOTTO)
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