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Regulamento similar foi respeitado em 2002
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
Com o envolvimento dos mesmos clubes e dirigentes e com
praticamente o mesmo regulamento, Eduardo José Farah, presidente da Liga Rio-SP e da Federação Paulista de Futebol, tomou
posições distintas e bagunçou o
campeonato que organizava.
No Rio-SP-2002, preferiu ser
"legalista". Seguiu à risca o que
previa o regulamento. No Paulista-2003, disse que o mais justo seria que o critério técnico prevalecesse sobre o disciplinar. Criticou
o que estava escrito. Em ambas as
vezes, o São Paulo, seu maior aliado político, foi privilegiado.
Na semifinal do Rio-SP de 2002
contra o Palmeiras, mesmo com
pior campanha que o rival, o time
do Morumbi se classificou para a
decisão por ter levado menos cartões amarelos. Na finalíssima, o
Corinthians teria a vantagem se o
critério fosse só técnico.
Mas mais uma vez o artigo 5º do
regulamento do Rio-SP acabou
seguido à risca, computando apenas os resultados da final: "Ocorrendo igualdade de pontos ganhos [...] para os eventuais desempates, observar-se-ão, sucessivamente e pela ordem, os seguintes critérios: a) maior número de vitórias; b) melhor saldo de
gols; c) maior número de gols pró;
d) menor número de cartões vermelhos; e) menor número de cartões amarelos; f) vantagem no confronto direto".
O Comitê Executivo decidiu
que valeria exatamente o que estava escrito -apesar de o próprio
Farah ter dito que as regras haviam sido mal redigidas, ela seria
cumprida em sua íntegra.
Onze meses depois, a história se
repetiu. Só que a FPF optou pelo
"espírito do regulamento". Curiosamente, desta vez, o São Paulo
perderia a vantagem se valesse o
parágrafo único de seu artigo 5º:
"Em caso de igualdade de pontos
ganhos [...] aplicar-se-ão, sucessivamente, os critérios constantes
do artigo 6º em seus itens B [melhor saldo de gols" e C [maior número de gols pró] deste regulamento. Persistindo a igualdade,
prevalecerá a melhor campanha
por pontos ganhos obtidos na somatória das fases anteriores. Se
ainda assim persistir a igualdade,
aplicar-se-á [sic] os itens D [menor número de cartões vermelhos] e E [menor número de cartões amarelos] do artigo 6º, obtidos na somatória deste regulamento para definição".
Os próprios responsáveis pelo
torneio rechaçaram a tese de que
as regras eram dúbias, de que permitiam dupla interpretação.
Farah reconheceu que o regulamento havia sido mal redigido.
Em uma recente entrevista à TV
Gazeta, chegou a ditar como ele
deveria ter sido escrito.
A decisão de Farah foi referendada pelo Comitê Executivo. "O
comitê, por 6 a 1, decidiu que a
parte técnica é mais importante
do que os cartões. Se você observar friamente o que diz o regulamento, achará uma falha. Nós corrigimos porque o espírito do
regulamento é dar mais valor à
técnica", disse o porta-voz do órgão, o jornalista Orlando Duarte.
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