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Estrelas do Corinthians assumem risco pela 1ª vez
Com interino no comando, time faz jogo decisivo na Libertadores sem escudo
do treinador
EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A ÁGUAS DE LINDÓIA
Agora é com eles. Os badalados
jogadores corintianos estão sozinhos e, sem o pára-raios de um
treinador, terão de arcar com o resultado do jogo decisivo de hoje,
às 21h45, contra o mexicano Tigres, no Pacaembu, pela Taça Libertadores, a principal meta do
clube para esta temporada.
À espera de Paulo Autuori, Tevez e companhia vão sentir todo o
peso nas costas pela primeira vez
desde que a parceria com a MSI
foi iniciada, em novembro de
2004. Até então, a barra deles foi
aliviada em fracassos com a degola de quatro técnicos.
Primeiro caiu Tite, depois Passarella e Márcio. A última vítima a
tombar foi Antônio Lopes.
Enquanto a MSI negocia com
Autuori, que ontem disse ser difícil sua liberação pelo Kashima
Antlers (JAP), mesmo com a indenização de mais de R$ 3 milhões que a parceira está disposta
a pagar, o interino Ademar Braga
comandará a equipe hoje à noite.
Por mais poder de decisão, os
atletas fizeram lobby pela efetivação dele. O foco, porém, não está
no técnico "tampão", por mais
que ele tente poupar seus atletas.
"Eu escalo o time e eu carrego o
peso de uma eventual derrota.
Sempre foi assim no futebol. A
culpa é do técnico", disse.
No panorama atual, não é bem
assim. Mostra disso foi dada anteontem à noite.
Membros da Gaviões da Fiel,
maior organizada do time, foram
ao hotel do Corinthians em Águas
de Lindóia e cobraram os atletas.
Em uma conversa de 30 minutos,
prometeram apoio, mas exigiram
vitória. Nenhum jogador foi citado individualmente, mas todas as
estrelas receberam a torcida. Braga não foi chamado.
"Somos homens e profissionais.
O Ademar tem contribuído muito, mas é lógico que a responsabilidade maior é nossa", disse o
meia Ricardinho, que após a saída
de Lopes teve mais liberdade para
orientar os colegas em campo.
Na berlinda, o elenco corintiano
tem conversado bastante, e os
atletas prometeram comprometimento com o time.
"A maioria dos torcedores sabe
que a responsabilidade maior é
dos jogadores", disse o zagueiro
Betão, um dos líderes do grupo.
O Corinthians inicia o segundo
turno da Libertadores na terceira
posição do Grupo 4, com quatro
pontos, atrás de Tigres (seis) e
Universidad Catolica (sete). Em
caso de fracasso hoje, passará a
não depender mais só de suas forças para se classificar às oitavas da
competição continental.
Nesse cenário, a equipe tenta a
reviravolta com sua principal estrela, Tevez, recuperado de lesão
no joelho. Único do elenco atual a
já ter vencido a Libertadores, a
maior aposta corintiana para o
torneio tem decepcionado.
"A pressão vem de todos os lados aqui no Corinthians, mas temos de deixá-la de lado para fazermos uma boa partida", afirmou o argentino, que só disputou
9 das 18 partidas do clube neste
ano e marcou apenas seis gols.
A baixa produtividade do mais
caro jogador da história do futebol brasileiro (custou mais de R$
40 milhões) tem irritado os dirigentes. Eles alegam que Tevez deixou o time em segundo plano e só
pensa na Copa do Mundo.
"Eu sofri mais do que ninguém
para estar em campo. Se alguém
fala isso é porque não torce pelo
Corinthians", respondeu o atleta.
Os corintianos terão pela frente
um oponente baleado. O Tigres,
que soma seis pontos, é o último
colocado em seu grupo no campeonato nacional. O elenco mexicano chegou a São Paulo com somente 16 jogadores. Quatro titulares, entre eles o argentino Gaitán, estrela da equipe, estão lesionados, e outros dois não jogarão
por estarem suspensos.
Colaborou Tales Torraga, da Reportagem Local
NA TV - Globo, ao vivo, a partir das 21h45
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