São Paulo, quinta-feira, 22 de março de 2007

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alto risco

FPF muda jogo e mistura quatro torcidas na cidade

São Paulo e Corinthians ganham a companhia do Santos no domingo à tarde

Promotor que trabalha na prevenção de violência no futebol irá convocar reunião com organizadas; PM tenta, em vão, alterar programação


LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Duas semanas depois de até privada ter sido usada como arma no embate entre torcedores na Vila Belmiro, uma mudança na tabela criará situação de risco na tarde do próximo domingo, em São Paulo. A pedido do clube, o jogo do Santos contra o Rio Claro foi transferido da Baixada para a capital paulista. A federação não vê problema.
O jogo foi marcado para as 18h10, no Parque Antarctica. No mesmo horário, a menos de três quilômetros de distância de lá, no Pacaembu, o Corinthians enfrenta o Barueri.
Além da possibilidade de rivais alvinegros se cruzarem na ida e na volta dos estádios, há o receio de um choque entre torcidas santistas e palmeirenses.
As sedes das principais torcidas organizadas do time alviverde ficam em uma rua que circunda o Parque Antarctica, via de acesso que será usada pelos santistas e que já foi palco de brigas, inclusive entre duas facções de palmeirenses.
Apesar de mais remota, há ainda a hipótese de encontros entre são-paulinos e santistas. O campeão brasileiro enfrenta o São Caetano, no ABC, pouco antes, às 16h, quando caravanas alvinegras subirão a serra para torcer pelo Santos na capital.
Pego de surpresa com a coincidência de rotas de torcedores no domingo, o promotor público Paulo Castilho, que atua na prevenção de violência nos estádios, diz que o cenário está longe do ideal. E anuncia uma reunião com as uniformizadas dos quatro grandes.
"Vamos ter muito trabalho para definir a operação de segurança. Na sexta-feira, vamos nos reunir com o policiamento e com representantes das torcidas de Santos, Corinthians, São Paulo, que jogam no dia, e também do Palmeiras. Pretendo acompanhar as medidas pessoalmente", disse Castilho.
A Polícia Militar conta que tentou mudar o horário ou a data de uma das partidas de domingo, mas não conseguiu. "O retorno que recebi foi o de que não dava para modificar o que estava estabelecido. E não me chegaram detalhes do que foi negociado", declarou o coronel Paulo de Tarso Diógenes, coordenador operacional da PM.
Para ele, a instituição fará de tudo para dar conta de evitar tumultos. "Vai ter o policiamento normal e há uma preocupação também com os deslocamentos. Vamos reforçar o contingente em estações de metrô, como Sé e Barra Funda, onde há os entroncamentos", narra Diógenes, destacando que o percurso dos são-paulinos a São Caetano do Sul também será monitorado.
Os torcedores são menos otimistas. Ontem, um site de santistas alertava para a chance de serem constrangidos por palmeirenses, como dizem ter ocorrido na abertura do Paulista, quando o Barueri recebeu o Santos no Parque Antarctica.
"Vai precisar de um trabalho mais esforçado do batalhão para evitar incidentes. A gente fica chateado, porque a federação, que cuida dos horários e das tabelas, poderia colaborar mais", disse Eduardo Romanini, diretor da Torcida Jovem do Santos, que alertou os associados de que haverá torcedores de outros times nos arredores.
A Mancha Alviverde também externa preocupação. "A sede sempre fica aberta, mas, no domingo, vamos fechá-la para evitar problemas. Nossa orientação é que nem apareçam lá", narrou Isidoro Lopreto Filho, diretor da organizada.


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