|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
alto risco
FPF muda jogo e mistura quatro torcidas na cidade
São Paulo e Corinthians ganham a companhia do Santos no domingo à tarde
Promotor que trabalha na prevenção de violência no futebol irá convocar reunião com organizadas; PM tenta, em vão, alterar programação
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Duas semanas depois de até
privada ter sido usada como arma no embate entre torcedores
na Vila Belmiro, uma mudança
na tabela criará situação de risco na tarde do próximo domingo, em São Paulo. A pedido do
clube, o jogo do Santos contra o
Rio Claro foi transferido da
Baixada para a capital paulista.
A federação não vê problema.
O jogo foi marcado para as
18h10, no Parque Antarctica.
No mesmo horário, a menos de
três quilômetros de distância
de lá, no Pacaembu, o Corinthians enfrenta o Barueri.
Além da possibilidade de rivais alvinegros se cruzarem na
ida e na volta dos estádios, há o
receio de um choque entre torcidas santistas e palmeirenses.
As sedes das principais torcidas organizadas do time alviverde ficam em uma rua que
circunda o Parque Antarctica,
via de acesso que será usada pelos santistas e que já foi palco
de brigas, inclusive entre duas
facções de palmeirenses.
Apesar de mais remota, há
ainda a hipótese de encontros
entre são-paulinos e santistas.
O campeão brasileiro enfrenta
o São Caetano, no ABC, pouco
antes, às 16h, quando caravanas
alvinegras subirão a serra para
torcer pelo Santos na capital.
Pego de surpresa com a coincidência de rotas de torcedores
no domingo, o promotor público Paulo Castilho, que atua na
prevenção de violência nos estádios, diz que o cenário está
longe do ideal. E anuncia uma
reunião com as uniformizadas
dos quatro grandes.
"Vamos ter muito trabalho
para definir a operação de segurança. Na sexta-feira, vamos
nos reunir com o policiamento
e com representantes das torcidas de Santos, Corinthians, São
Paulo, que jogam no dia, e também do Palmeiras. Pretendo
acompanhar as medidas pessoalmente", disse Castilho.
A Polícia Militar conta que
tentou mudar o horário ou a
data de uma das partidas de domingo, mas não conseguiu. "O
retorno que recebi foi o de que
não dava para modificar o que
estava estabelecido. E não me
chegaram detalhes do que foi
negociado", declarou o coronel
Paulo de Tarso Diógenes, coordenador operacional da PM.
Para ele, a instituição fará de
tudo para dar conta de evitar
tumultos. "Vai ter o policiamento normal e há uma preocupação também com os deslocamentos. Vamos reforçar o
contingente em estações de
metrô, como Sé e Barra Funda,
onde há os entroncamentos",
narra Diógenes, destacando
que o percurso dos são-paulinos a São Caetano do Sul também será monitorado.
Os torcedores são menos otimistas. Ontem, um site de santistas alertava para a chance de
serem constrangidos por palmeirenses, como dizem ter
ocorrido na abertura do Paulista, quando o Barueri recebeu o
Santos no Parque Antarctica.
"Vai precisar de um trabalho
mais esforçado do batalhão para evitar incidentes. A gente fica chateado, porque a federação, que cuida dos horários e
das tabelas, poderia colaborar
mais", disse Eduardo Romanini, diretor da Torcida Jovem do
Santos, que alertou os associados de que haverá torcedores
de outros times nos arredores.
A Mancha Alviverde também
externa preocupação. "A sede
sempre fica aberta, mas, no domingo, vamos fechá-la para evitar problemas. Nossa orientação é que nem apareçam lá",
narrou Isidoro Lopreto Filho,
diretor da organizada.
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Memória: Briga perto de estádio fez promotoria pedir veto ao local Índice
|