São Paulo, segunda, 22 de março de 1999

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Jogador diz que ficou trancado no clube

da enviado a Itumbiara (GO)

O goleiro Nasser Dantas Khalil, 31, afirmou que chegou a ficar trancado numa sala da Lusa no dia em que teria viajado a São Paulo para tentar acertar as contas com o clube.
Segundo Nasser, a Lusa, depois de ter-lhe pago durante três meses o seus salário, começou a atrasar os depósitos.
"Eu peguei meu carro e fui para São Paulo. Saí às duas da madrugada e cheguei ao meio-dia, arriscando a vida da minha mulher e da minha filha."
Ele afirmou que perguntou pelo vice-presidente de futebol, Ilídio Lico, e foi recebido por um funcionário que o levou, junto com seus parentes, à sala dele.
"Trancaram a sala. De vez em quando, vinha alguém nos trazendo água, café, mas sempre fechava a porta de novo."
Questionado pela Folha, Nasser deu uma descrição da sala.
"Ela tem três cadeiras vermelhas. A do Lico é mais alta. A mesa do Lico tem tampo de vidro. Atrás da mesa dele, não há nenhuma estante, mas uma bandeira da Lusa."
"Tem também um sofá, onde ficamos sentados", acrescentou a mulher, Reginalda.
A propalada presença do goleiro no clube foi a primeira informação obtida pela Folha sobre o suposto esquema de suborno envolvendo diretores da Lusa, o empresário do futebol Toninho Silva e o goleiro Nasser.
Lico, no entanto, negou a presença de Nasser no clube e, com mais ênfase, na sua sala.
A Folha procurou o funcionário que teria recebido Nasser no clube, mas não conseguiu localizá-lo até o fechamento desta edição.
No final desse dia, segundo o goleiro, ele teria ido ao escritório do presidente do clube, Amílcar Casado, onde acertou a rescisão.
Na versão do goleiro, o clube deveria lhe pagar cinco meses de contrato, mas ele aceitou R$ 50 mil. "E ainda tive de voltar para receber porque eles só aceitaram pagar se eu entregasse a minha cópia do contrato." (MD)



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