São Paulo, segunda-feira, 22 de abril de 2002

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VÔLEI

A batalha

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Desta vez, MRV-Minas e BCN/Osasco fizeram o jogo que você, eu e nós dois esperávamos para uma final de Superliga Nacional. As duas equipes travaram uma batalha ao longo de cinco sets. Com um paredão no bloqueio, o Minas venceu o quinto set e levou à decisão para o terceiro confronto, no sábado.
Foi um jogo dramático, especialmente para as mineiras. Donas da melhor campanha do torneio, elas tinham caído, sem resistência alguma, diante do BCN na primeira partida das finais com o surpreendente placar de 3 sets a 0.
Anteontem, uma nova derrota daria o título de campeão para o adversário.
O Minas esteve por um fio ao longo de todo o jogo. Nos dois primeiros sets, tinha vantagem de 22 a 19 e permitiu a vitória de Osasco. No terceiro set, voltou a abrir uma vantagem pelo mesmo placar, mas conseguiu mudar a história. Venceu este set e os dois seguintes com um saque poderoso e um bloqueio perfeito.
O Minas, da levantadora Fofão, saiu fortalecido: conseguiu superar a tensão de não poder perder os três últimos sets do jogo. E a equipe foi vitoriosa nesta prova de fogo. Mais: no sábado, terá a vantagem de fazer o terceiro, e último confronto da série final, no ginásio do Mineirinho.
A confiança, adquirida pelas mineiras, será o maior obstáculo para o BCN. Você sabe: em uma final, o emocional é mais poderoso do que qualquer tática. O certo é que Osasco perdeu a chance de ser campeão anteontem, quando tinha as cartas na mão. Agora, vai ter de remar contra a maré.
Tecnicamente, o BCN, da atacante Virna, tem uma vantagem: mais opções no banco de reservas. No último confronto, por exemplo, as cinco reservas entraram em quadra. As substituições, feitas com precisão pelo técnico Zé Roberto, sempre dificultam a marcação do adversário.
Mas, no vôlei moderno, a vitória também sempre depende de um bom saque. No primeiro jogo, o BCN destruiu com um saque curto. No segundo, o time mineiro contra-atacou com saque longo e forte. Resta aguardar para ver quais as armas que as duas equipes vão apresentar.

Uma das novidades da seleção brasileira começa a entrar em prática hoje: dez jogadores, convidados pelo técnico Bernardinho, iniciam os treinos no Rio. Eles não estão inscritos na Liga Mundial. São atletas jovens que vão ter a chance de trabalhar com a seleção e mostrar o seu potencial.
Dos dez relacionados, seis têm estatura na casa dos dois metros. Vale um registro: no feminino, o maior número de revelações da temporada foi na posição de meio de rede. Exemplos não faltam: Katia Rodrigues (Pinheiros), Marina (Minas), Cláudia (Rexona), e Valeskinha (Osasco).
No masculino, a maior parte das revelações apareceu em outra posição: na ponta de rede. A própria lista do técnico Bernardinho confirma: dos dez jogadores convidados, seis são ponteiros, três levantadores e um central.
Dos ponteiros relacionados, dois foram os maiores pontuadores da Superliga.
Fabiano Bittar, 22 anos e 2 m, jogou 22 partidas pelo Santo André e marcou 373 pontos, média de 17 por partida. Ashlei Nemer, 21 anos e 1,92 m, ficou na vice-liderança: em 22 jogos pela Uneb, assinalou 367 pontos.

Italiano 1
Os times do Modena e Sisley Treviso vão iniciar a luta pelo título do Campeonato Italiano a partir do próximo sábado. A disputa que define o campeão acontecerá em uma série melhor de cinco partidas. O Treviso, que tem em seu elenco os atacantes Bernardi, Papi e Fei, é o atual campeão italiano. O Modena, que tem como destaques o levantador norte-americano Lloy Ball, o russo Roman Iakovlev e o italiano Andrea Giani, conseguiu conquistar o título nacional pela última vez em 1997.

Italiano 2
O Ferrara, dos brasileiros Giba e Gustavo, não conseguiu passar pelo Modena nas semifinais. A equipe perdeu as três primeiras partidas, de uma série de cinco. No primeiro jogo, a derrota do Parma foi por 3 sets a 2, no segundo, por 3 a 1, e no último, por 3 a 0. Na outra semifinal do Italiano, o Treviso eliminou o Parma, equipe do russo Dineikine, que já jogou no Brasil.

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