|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Tudo Azul
SONINHA
COLUNISTA DA FOLHA
Vários fatores indicam
que o São Caetano já é um
time grande. A história é curta e a
torcida é pequena, mas o retrospecto nos últimos quatro anos é
fabuloso. No Campeonato Brasileiro de 2001, o time foi vice-campeão. Em 2002, terminou a primeira fase em segundo lugar,
atrás apenas do São Paulo. O
Azulão foi o último time a vencer
o Santos naquela temporada... 3 a
2 no Anacleto Campanella. Os jogadores do Peixe terminaram o
jogo aos prantos, porque pensavam ter pedido a classificação ali
(se bem que a derrota para a Ponte na rodada anterior já tinha feito um belo estrago). No ano passado, o São Caetano terminou o
Brasileirão em quarto lugar, despedindo-se com uma sonora goleada no Internacional (5 a 0).
Em 2000, vale lembrar, o São
Caetano foi duas vezes vice-campeão brasileiro -dos módulos
amarelo e azul. (Não foi à toa que
ficou marcado!) Em 2002, foi vice
da Libertadores. O fracasso na final teve toques patéticos, mas a
chegada até lá tem de ser reconhecida como gloriosa. Poucos times têm esse item no currículo.
No âmbito local, o São Caetano
ficou em quarto no Rio-SP-02.
Em 2003, fez a melhor campanha
da primeira fase do Paulista. Tinha o melhor ataque e a melhor
defesa, mas caiu no mata-mata....
Apesar da arrancada espetacular nos mata-matas da João Havelange, o São Caetano não foi
muito bem-sucedido nesse tipo de
jogo, como é fácil perceber. Mas
desta vez superou rivais difíceis e
o tabu incômodo que se instalara
com impressionante facilidade.
Após esse momento rolo compressor, o São Caetano já é apontado por muitos como um dos times que entram no Brasileiro para brigar pelo título. Na última
edição, foi o único time que o
Cruzeiro não venceu (empatou
no Mineirão e perdeu no ABC).
Em seu livro, Luxemburgo descreve o rival como "uma equipe que
se comporta como time grande,
principalmente quando joga em
casa". Estava na hora de ganhar
um título na primeira divisão...
Qual o segredo dessa equipe? A
folha salarial é a maior de sua
história oficialmente, R$ 450 mil,
mas há quem jure que é o dobro
-outras equipes fazem bobagem
com o mesmo volume de dinheiro. O receio de alguns é que a relação com a prefeitura da cidade
torne o time refém de questões
partidárias e que se o poder mudar de mãos o time pode perder o
lastro (embora a administração
municipal diga que cede o estádio
municipal e nada mais).
Agora o São Caetano tem o desafio de lidar com o favoritismo.
(Prova de que está ficando grande? Já tem torcida contra!) Quem
sabe precise também jogar algumas vezes com desfalques causados por convocações à seleção...
Talvez o fenômeno São Caetano
não dure; talvez acabe conquistando jovens torcedores que rejeitam os times poderosos das capitais. Sem querer transformá-lo
em paradigma da perfeição administrativa, mas reconhecendo
suas qualidades incomuns (como
muda tanto e não perde o jeito?),
gostaria de ver outros sãocaetanos surgindo por aí.
Ataque de nervos
Marcos e Muñoz, Cris e Eduardo... Geninho e as instruções
violentas (ainda que não tivesse
a intenção de ser entendido literalmente)... Brigas e expulsões... A última semana teve
muitos momentos de virilidade
exacerbada. Talvez os meninos
sejam naturalmente inclinados
a brigar, e ainda por cima são
educados para serem brigões.
Bancam os machões para imitar os adultos, sem perceber
que os adultos em momentos
de macheza parecem meninos.
Em série
Impressionante a fartura de goleadores de que desfruta o
Goiás. Será Alex o próximo?
Desafortunados
A expulsão de Piá foi de dar dó.
O gol de Alexandre também.
E-mail
soninha.folha@uol.com.br
Texto Anterior: Ação - Carlos Sarli: 10 de janeiro de 2004 Próximo Texto: Panorâmica - Futebol: Empate em jogo remarcado deixa Roma longe do título Índice
|