PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pouco se falou ontem no CT do Palmeiras e menos ainda foi dito algo sobre o jogo de hoje, contra o Figueirense, pelo Brasileiro.
A definição do São Paulo como adversário nas oitavas-de-final da Libertadores, aliado à indisposição dos jogadores em conceder entrevistas, fizeram com que o confronto pela segunda rodada do Nacional fosse "esquecido".
O auxiliar Pedro Santilli, que substituiu Emerson Leão na entrevista coletiva, não se limitou apenas a dar a escalação do time que jogará contra o Figueirense, como inicialmente se propusera.
Como a maioria das perguntas direcionadas a ele eram relacionadas ao confronto com o São Paulo, Santilli acabou falando mais sobre o clássico da próxima semana do que propriamente da partida de hoje pelo Nacional.
"Os jogadores estão felizes em enfrentar o São Paulo. Eles vibraram muito quando ficaram sabendo", disse o auxiliar técnico, que apontou o arqui-rival como favorito, mas com uma ponta de ironia. "É o campeão mundial e disse ser o campeão moral do Paulistão, mas nós vamos jogar para derrotar o favorito."
Já os jogadores não quiseram falar sobre nenhum assunto. Mantiveram a atitude tomada anteontem de não conceder entrevistas.
"A decisão de falar cabe a cada um deles. Posso garantir que o Leão não impede nenhum atleta de conversar com os jornalistas. Eles devem ter motivos individuais para não quererem falar", defendeu Santlli.
O silêncio dos palmeirenses é reflexo da crise que o time enfrenta. Com duas derrotas seguidas -ambas no Parque Antarctica- , o Palmeiras mergulhou num turbilhão de protestos de torcedores contra a equipe e também contra a diretoria, que teve como conseqüências as saídas de três atletas.
O volante Alceu e o lateral-esquerdo Lúcio pediram para deixar o clube. O lateral Márcio Careca é a mais nova baixa no elenco. Sem ter conseguido se firmar, terá seu contrato rescindido.
Hoje, longe do Parque Antarctica -e da pressão que tem sofrido lá-, o time de Leão terá a chance de tentar obter sua primeira vitória no Campeonato Brasileiro e, mais do que isso, chegar ao primeiro jogo contra o São Paulo menos sujeito a eventuais hostilizações de seus torcedores.

Baixas
Mas, apesar do otimismo e o anseio por eliminar o São Paulo da Libertadores, os palmeirenses já têm desfalques confirmados.
Ontem a Confederação Sul-Americana definiu a punição para a briga generalizada no Parque Antarctica, no jogo contra o Cerro Porteño. Além de ter de pagar uma multa de US$ 10 mil (cerca de R$ 23 mil), o Palmeiras não poderá contar com Douglas e Enilton nos duelos do torneio continental. Eles, ao lado do volante Alceu, levaram quatro jogos de suspensão por participarem da confusão com os paraguaios no último jogo da fase de grupos.