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Cheio de vantagens, São Paulo perece
Único a jogar em casa nas semifinais do Paulista e com vantagem de 1 a 0 no placar, time é atropelado na etapa final
São Paulo 1
São Caetano 4
RENAN CACIOLI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Paulo tinha a vantagem do empate, foi o único dos
quatro semifinalistas a jogar
em casa nesta fase e contava
com o elenco descansado para
garantir uma vaga na final. Ainda saiu na frente no placar. Mas
apesar do quadro altamente favorável, o primeiro finalista do
Estadual é o São Caetano, que
calou mais de 44 mil pessoas.
Ontem, o fantasma do ABC
fez a diferença. E em favor do
visitante. Os 4 a 1 confirmaram
a sina de que o São Caetano não
treme no mais pomposo e
maior estádio paulista.
Até o confronto semifinal do
Paulista, em nove partidas, cada equipe tinha vencido três vezes (houve três empates).
Além disso, o São Paulo não
levava quatro gols em casa desde os 4 a 0 sofridos para o Santos no Brasileiro de 2006.
Antes mesmo de o jogo terminar, o estrago de estar fora
da primeira final do ano foi sentido nas arquibancadas com os
gritos de "não é mole não, Libertadores agora é obrigação."
Após o jogo, poucos pararam
para falar do vexame. "O time
foi para cima e tomou os gols.
Acontece. Isso é futebol", falou
o lateral-esquerdo Júnior.
O atacante Leandro preferiu
lembrar que a torcida gritou o
nome de todos os jogadores. E
disse que não estava surpreso.
"Sempre que você entra em
campo está sujeito a isso."
Os dois times agora trabalham em duas frentes. Na próxima quarta-feira, como hoje, o
São Paulo precisa de um empate, novamente em casa, para seguir na Libertadores.
Já o São Caetano espera a definição de Santos e Bragantino
para saber com quem vai brigar
pelo título paulista deste ano.
"O mérito todo é dos jogadores", falou o técnico Dorival Júnior, que foi auxiliar de Muricy
Ramalho no Figueirense.
O São Paulo abriu o placar
em belo chute de Ilsinho aos
23min do primeiro tempo. Precavido, o São Caetano se manteve cauteloso, e contou com a
frieza de Canindé para calar o
estádio. Ele foi lançado pela esquerda e só rolou para Luis
Henrique empatar, aos 37min.
A tensão voltou a tomar conta dos são-paulinos, que não esperavam perder a vantagem
antes do intervalo. "Falhamos.
E num jogo como esse, não podemos falhar", disse o meia Hugo após a primeira etapa.
O discurso do jogador são-paulino cobrando atenção dos
companheiros parece ter ficado no vestiário. E em 10 minutos o São Caetano fez o impossível: virou o jogo e deixou o rival em pânico e atordoado.
Num cruzamento de Canindé, Thiago virou o placar. No
lance seguinte, após falha de
André Dias, Glaydson entrou,
deu chapéu no zagueiro e fuzilou Rogério: 3 a 1.
Com a vantagem, o São Caetano viu o adversário do jeito
que queria: inseguro, descontrolado e afoito em correr atrás
do que já parecia improvável
(marcar mais dois gols). E num
lance pela esquerda, Douglas
fez o quarto gol e também um
ajuste de contas particular.
Quando defendia o Criciúma,
Douglas disse ter perdido um
gol que seria de placa contra
Rogério, após driblar vários adversários.
Ontem, ele tirou o goleiro do
lance e rolou mansamente para
fazer 4 a 1.
No final, Josué ainda foi expulso por jogada violenta.
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