São Paulo, domingo, 22 de abril de 2007

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Cheio de vantagens, São Paulo perece

Único a jogar em casa nas semifinais do Paulista e com vantagem de 1 a 0 no placar, time é atropelado na etapa final

São Paulo 1
São Caetano 4

RENAN CACIOLI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo tinha a vantagem do empate, foi o único dos quatro semifinalistas a jogar em casa nesta fase e contava com o elenco descansado para garantir uma vaga na final. Ainda saiu na frente no placar. Mas apesar do quadro altamente favorável, o primeiro finalista do Estadual é o São Caetano, que calou mais de 44 mil pessoas.
Ontem, o fantasma do ABC fez a diferença. E em favor do visitante. Os 4 a 1 confirmaram a sina de que o São Caetano não treme no mais pomposo e maior estádio paulista.
Até o confronto semifinal do Paulista, em nove partidas, cada equipe tinha vencido três vezes (houve três empates).
Além disso, o São Paulo não levava quatro gols em casa desde os 4 a 0 sofridos para o Santos no Brasileiro de 2006.
Antes mesmo de o jogo terminar, o estrago de estar fora da primeira final do ano foi sentido nas arquibancadas com os gritos de "não é mole não, Libertadores agora é obrigação."
Após o jogo, poucos pararam para falar do vexame. "O time foi para cima e tomou os gols. Acontece. Isso é futebol", falou o lateral-esquerdo Júnior.
O atacante Leandro preferiu lembrar que a torcida gritou o nome de todos os jogadores. E disse que não estava surpreso. "Sempre que você entra em campo está sujeito a isso."
Os dois times agora trabalham em duas frentes. Na próxima quarta-feira, como hoje, o São Paulo precisa de um empate, novamente em casa, para seguir na Libertadores.
Já o São Caetano espera a definição de Santos e Bragantino para saber com quem vai brigar pelo título paulista deste ano.
"O mérito todo é dos jogadores", falou o técnico Dorival Júnior, que foi auxiliar de Muricy Ramalho no Figueirense.
O São Paulo abriu o placar em belo chute de Ilsinho aos 23min do primeiro tempo. Precavido, o São Caetano se manteve cauteloso, e contou com a frieza de Canindé para calar o estádio. Ele foi lançado pela esquerda e só rolou para Luis Henrique empatar, aos 37min.
A tensão voltou a tomar conta dos são-paulinos, que não esperavam perder a vantagem antes do intervalo. "Falhamos. E num jogo como esse, não podemos falhar", disse o meia Hugo após a primeira etapa.
O discurso do jogador são-paulino cobrando atenção dos companheiros parece ter ficado no vestiário. E em 10 minutos o São Caetano fez o impossível: virou o jogo e deixou o rival em pânico e atordoado.
Num cruzamento de Canindé, Thiago virou o placar. No lance seguinte, após falha de André Dias, Glaydson entrou, deu chapéu no zagueiro e fuzilou Rogério: 3 a 1.
Com a vantagem, o São Caetano viu o adversário do jeito que queria: inseguro, descontrolado e afoito em correr atrás do que já parecia improvável (marcar mais dois gols). E num lance pela esquerda, Douglas fez o quarto gol e também um ajuste de contas particular.
Quando defendia o Criciúma, Douglas disse ter perdido um gol que seria de placa contra Rogério, após driblar vários adversários.
Ontem, ele tirou o goleiro do lance e rolou mansamente para fazer 4 a 1.
No final, Josué ainda foi expulso por jogada violenta.


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