São Paulo, quinta, 22 de abril de 1999

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Mercosul já embola datas no fim do ano

da Reportagem Local

A confusão no calendário que o futebol brasileiro vive atualmente vai se repetir no segundo semestre.
Divulgadas de forma oficial anteontem, as tabelas da Copa Mercosul e do Brasileiro têm partidas de um mesmo clube do país marcadas para o mesmo dia ou com apenas 24 horas de intervalo.
Como agora, em que disputa simultaneamente três torneios, o Corinthians será o mais prejudicado. O time tem três datas com jogos marcados pelas duas competições. No dia 25 de agosto, por exemplo, a equipe teria que pegar o Independiente (ARG) pela Mercosul e o Juventude pelo Brasileiro.
"Não sabia dessas coincidências. Mas era um problema já esperado, porque só o Brasil tem jogos nacionais no meio da semana na América do Sul. Vamos esperar o segundo semestre para resolver o problema", diz Luiz Henrique de Menezes, diretor de futebol remunerado do Corinthians.
Dos sete clubes do país que vão disputar a Mercosul, apenas São Paulo e Vasco não têm jogos com datas próximas ou coincidentes no segundo semestre.
Os dois clubes, porém, assim como os outros times brasileiros que já ganharam a Libertadores, podem ter jogos pela Supercopa, competição que ainda não tem datas e regulamento definidos.
Como geralmente a Confederação Sul-Americana não muda seu calendário, o Nacional pode bater um novo recorde de alterações na sua tabela original.
No ano passado, um quinto dos jogos da fase de classificação da competição aconteceu fora da sua data original.
Essa confusão no calendário deve proporcionar mais um semestre cheio para os clubes.
Caso um time brasileiro chegue às finais da Mercosul e do Brasileiro, irá totalizar 43 jogos em 150 dias, média de um a cada 84 horas.
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Regulamento
Mesmo com o anúncio oficial da tabela do Brasileiro, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e os clubes ainda não decidiram o regulamento da competição.
Inicialmente, os clubes optaram pela realização de dois quadrangulares com os oito clubes classificados na primeira fase para definir o finalista da competição.
A CBF prefere o regulamento do ano passado, com série melhor de três partidas entre dois clubes nas quartas-de-final, semifinais e final.
O impasse deve ser resolvido só no início da próxima semana.
Pelo interesse do público nas duas últimas edições do Nacional, a fórmula preferida pela CBF tem mais chances de sucesso.
No Brasileiro-98, com o sistema de séries eliminatórias, a média de público nas quartas-de-final e semifinais do torneio foi de 34.853 pagantes por jogo.
Em 97, com o sistema de quadrangulares, a média nas finais foi de 23.636 torcedores por jogo.
Esse regulamento também ficou marcado por proporcionar o jogo com o pior público da história da competição -Juventude x Lusa, que, já eliminados no quadrangular supostamente decisivo, levaram apenas 55 torcedores ao estádio Olímpico de Porto Alegre.



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