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FUTEBOL
'É muito fácil entrar no château', afirma um dos invasores, de 12 anos
Garotos driblam policiais e entram em hotel da seleção
dos enviados a Ozoir-la- Ferrière
Dois garotos
franceses driblaram ontem a
polícia antiterror, responsável
pela segurança
da seleção durante a Copa do Mundo, e invadiram o Château de Grande Romaine, local da concentração da equipe brasileira na França.
Aurélien Lefevre, 12, e Clêment
Brault, 12, entraram no château
pela floresta que o circunda e só
foram descobertos porque Patrícia, mãe de Clêment, chamou a segurança, suspeitando que os dois
estariam lá dentro.
"Meu filho tem o hábito de
cortar caminho para visitar os
amigos passando pelo château",
disse Patricia Brault. "Como ele
tinha saído cedo de casa e não voltava para o almoço, desconfiei que
poderia estar dentro do hotel."
Alertados pela mãe de Clêment,
12 policiais, que estavam no château montando os preparativos finais para o esquema de proteção à
seleção, fizeram uma busca no local e encontraram o garoto, com
seu amigo Aurélien, escondidos
no prédio B, o edifício em que dormirão os jogadores do Brasil.
"É muito fácil entrar no château", contou Clêment. "É só
atravessar a floresta, que dá fundos para a minha casa, que eu saio
na quadra de tênis do hotel. Hoje
(ontem), eu e o Aurélien decidimos entrar escondidos para ver se
chegava algum jogador."
Quando encontrados pela polícia, os pré-adolescentes foram
obrigados a se retirar. Antes, porém, após muito insistirem, puderam conhecer os quartos em que
os atletas brasileiros dormirão.
"Se a mãe do Clêment não tivesse desconfiado, eles teriam levado mais tempo para nos encontrar e poderíamos ter visto melhor
o château", lamentava Aurélien,
que passou a tarde no hotel, observando a movimentação.
Apesar da presença de 12 policiais antiterror no momento da
"invasão" dos dois, a segurança
argumentou que, pelo fato de a seleção ainda não ter chegado, os
cães farejadores, que ficarão na
floresta, só estariam a postos no
final do dia.
Em Ozoir-la-Ferrière, cidade em
que a seleção fará a maioria de
seus treinos, e em Lésigny, onde
fica o château, a polícia já está distribuindo passes para que os moradores possam entrar com seus
carros e isolando diversas ruas.
Perto da concentração, a segurança quer proibir a circulação de
torcedores e jornalistas. A imprensa só teria acesso ao château,
por microônibus, na hora das entrevistas coletivas.
Uma grande operação policial
está prevista para hoje de manhã
na chegada da seleção a Paris, prevista para as 8h20, no aeroporto
Charles de Gaulle.
Até o fim da tarde de ontem, o
administrador da seleção, Carlos
Alberto da Luz, não havia sido informado sobre detalhes.
A princípio, a equipe não deve
passar pelo interior do aeroporto.
Deve descer do avião e pegar um
ônibus em plena pista.
O Grupo Especial de Intervenção
da Polícia Nacional, o pelotão de
elite que acompanhará o time brasileiro durante a Copa do Mundo,
não quer que a delegação passe pelo interior do aeroporto.
Na pista, acreditam os policiais,
seria mais difícil qualquer ação de
grupos terroristas.
(JCA e MM)
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