São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2000


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BASQUETE
Cidade faz carreata para receber jogadores após derrota para o Vasco e repudia atuação de árbitro na semifinal
Em protesto, Franca "festeja" eliminação

FÁBIO ZAMBELI
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo após a eliminação no Campeonato Nacional masculino de basquete, a torcida do Marathon/Franca recepcionou ontem os jogadores e a comissão técnica da equipe como "heróis" de uma verdadeira batalha - a quinta partida do mata-mata semifinal, realizada anteontem, no Rio.
O grupo foi recebido às 12h por cerca de 500 pessoas no trevo de acesso a Franca, de onde partiu um trio elétrico seguido por uma carreata com 80 veículos até as ruas centrais da cidade, considerada a "capital brasileira do basquete" por ter 11 títulos nacionais.
No grupo que prestou solidariedade ao time estava até o prefeito, Gilmar Dominici (PT). O clima na cidade era de comoção diante da desclassificação do time, atual tricampeão brasileiro.
"Para nós, eles (os jogadores) são os campeões morais", disse o empresário Saulo Pucci Bueno, que acompanhou a carreata.
A festa surpreendeu até os jogadores. "Os torcedores reconheceram nossa garra e perceberam que merecíamos chegar à decisão", disse o ala Chuí.
O quinto duelo do playoff semifinal foi encerrado faltando 1min21s para o final da terceira prorrogação, depois de um tumulto iniciado com uma decisão polêmica da arbitragem.
O árbitro gaúcho Marcelo Ávila marcou uma falta intencional e outra técnica contra a equipe paulista, o que provocou a invasão da quadra pelo treinador Daniel Wattfy.
O técnico agrediu o árbitro com um soco e só foi contido por policiais. Wattfy não quis comentar o assunto ontem.
Quando o jogo recomeçou, o Franca tinha apenas quatro jogadores em quadra, pois o armador Valtinho e todo o banco de reservas foram desqualificados.
Com um atleta a menos, o time paulista decidiu forçar faltas e simular uma contusão para antecipar o fim do confronto, o que ocorreu quando somente o pivô Estevam ficou em quadra.
O resultado, 114 a 102, classificou o Vasco para uma inédita final contra o Flamengo, que está exigindo a montagem de um megaesquema de segurança (leia texto ao lado).
Os dirigentes do Franca planejam encaminhar uma moção de protesto contra a CBB (Confederação Brasileira de Basquete).
"A arbitragem foi infeliz no jogo", disse o supervisor da equipe, Rosalvo de Almeida.
A equipe, no entanto, descarta a hipótese de recorrer à Justiça contra a entidade.

Punição
A CBB só deve decidir na próxima semana se vai punir ou não a equipe de Franca pelos incidentes de anteontem.
A entidade aguarda o relatório dos árbitros sobre o episódio para analisar as possíveis sanções contra o time paulista.
A punição pode incluir desde um afastamento temporário do técnico Daniel Wattfy até uma multa em dinheiro contra o clube.
A Folha tentou falar com o árbitro Marcelo Ávila ontem, mas ele não foi localizado para comentar o assunto.


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