|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BASQUETE
Cidade faz carreata para receber jogadores após derrota para o Vasco e repudia atuação de árbitro na semifinal
Em protesto, Franca "festeja" eliminação
FÁBIO ZAMBELI
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo após a eliminação no
Campeonato Nacional masculino
de basquete, a torcida do Marathon/Franca recepcionou ontem
os jogadores e a comissão técnica
da equipe como "heróis" de uma
verdadeira batalha - a quinta
partida do mata-mata semifinal,
realizada anteontem, no Rio.
O grupo foi recebido às 12h por
cerca de 500 pessoas no trevo de
acesso a Franca, de onde partiu
um trio elétrico seguido por uma
carreata com 80 veículos até as
ruas centrais da cidade, considerada a "capital brasileira do basquete" por ter 11 títulos nacionais.
No grupo que prestou solidariedade ao time estava até o prefeito,
Gilmar Dominici (PT). O clima na
cidade era de comoção diante da
desclassificação do time, atual tricampeão brasileiro.
"Para nós, eles (os jogadores)
são os campeões morais", disse o
empresário Saulo Pucci Bueno,
que acompanhou a carreata.
A festa surpreendeu até os jogadores. "Os torcedores reconheceram nossa garra e perceberam
que merecíamos chegar à decisão", disse o ala Chuí.
O quinto duelo do playoff semifinal foi encerrado faltando
1min21s para o final da terceira
prorrogação, depois de um tumulto iniciado com uma decisão
polêmica da arbitragem.
O árbitro gaúcho Marcelo Ávila
marcou uma falta intencional e
outra técnica contra a equipe paulista, o que provocou a invasão da
quadra pelo treinador Daniel
Wattfy.
O técnico agrediu o árbitro com
um soco e só foi contido por policiais. Wattfy não quis comentar o
assunto ontem.
Quando o jogo recomeçou, o
Franca tinha apenas quatro jogadores em quadra, pois o armador
Valtinho e todo o banco de reservas foram desqualificados.
Com um atleta a menos, o time
paulista decidiu forçar faltas e simular uma contusão para antecipar o fim do confronto, o que
ocorreu quando somente o pivô
Estevam ficou em quadra.
O resultado, 114 a 102, classificou o Vasco para uma inédita final contra o Flamengo, que está
exigindo a montagem de um megaesquema de segurança (leia texto ao lado).
Os dirigentes do Franca planejam encaminhar uma moção de
protesto contra a CBB (Confederação Brasileira de Basquete).
"A arbitragem foi infeliz no jogo", disse o supervisor da equipe,
Rosalvo de Almeida.
A equipe, no entanto, descarta a
hipótese de recorrer à Justiça contra a entidade.
Punição
A CBB só deve decidir na próxima semana se vai punir ou não a
equipe de Franca pelos incidentes
de anteontem.
A entidade aguarda o relatório
dos árbitros sobre o episódio para
analisar as possíveis sanções contra o time paulista.
A punição pode incluir desde
um afastamento temporário do
técnico Daniel Wattfy até uma
multa em dinheiro contra o clube.
A Folha tentou falar com o árbitro Marcelo Ávila ontem, mas ele
não foi localizado para comentar
o assunto.
Texto Anterior: País-sede escapa de jogar torneio fora de casa Próximo Texto: Rio cria aparato de guerra para confronto final Índice
|