DA REPORTAGEM LOCAL

Adaptando movimentos de lutas, como o boxe e o kickboxing, para a água, o waterkickboxing e o hidroboxe estão dando uma "nova cara" às aulas de hidroginástica, modalidade em que a presença de mulheres é superior a dos homens.
Em três academias que oferecem a modalidade a frequência de homens nas aulas de hidroginástica tem aumentado.
"Existe um tabu dos homens em relação à prática de hidroginástica. Porém isso vem diminuindo", disse Fernando Wilkinson, coordenador de hidroginástica da Fórmula.
Na academia Runner, que oferece aulas de hidrokickboxing, isso também já foi sentido.
"As aulas de hidroginástica estão adquirindo uma conotação diferente, estão exigindo mais dos alunos. Essa maior intensidade tem atraído mais o público masculino", garantiu Eliana Baptiston, professora da modalidade na Runner.
"O nosso objetivo é dinamizar as aulas para não torna-las repetitivas", completou Eliana.
"Esta aula serve tanto para homens quanto para mulheres. Aqui está havendo boa procura de ambos os sexos", afirmou Patrícia Pereira, coordenadora de hidroginástica da academia Companhia Athletica.
Criada pela norte-americana Sara Kooperman, a modalidade foi apresentada durante uma convenção da Associação dos Exercícios Aquáticos (AEA), em 1998, nos Estados Unidos.
No Brasil, foi introduzido por algumas academias no programa de aulas de hidroginástica.
"Nós trouxemos a modalidade para cá e, com o auxílio do Miguel de Oliveira (treinador de boxe), adaptamos alguns movimentos do boxe para a água", informou Patrícia Pereira, que neste ano deu palestras sobre artes marciais na água na convenção da AEA.
As aulas com movimentos de lutas duram, em média, de 45 a 60 minutos. Nos primeiros 10 minutos, os alunos fazem aquecimento da musculatura e articulações que serão trabalhadas, utilizando alguns golpes do boxe, como o upper, o jab, o cruzado e o gancho.
Em seguida, há uma espécie de circuito em que os praticantes realizam exercícios em argolas penduradas em barras colocadas sobre a piscina, e em um colchão, que serve para o treinamento dos golpes.
No restante da aula, o instrutor também passa alguns movimentos para as pernas.
"Essa modalidade trabalha membros superiores e inferiores. O ritmo intenso e os movimentos fazem com que os alunos percam até 700 calorias numa aula", afirmou Patrícia.
"São aulas diferenciadas, que trabalham a resistência cardiovascular, a frequência cardiorrespiratória e aeróbica", assegurou Wilkinson.
Apesar de utilizar movimentos de luta, a modalidade tem métodos distintos do treinamento em relação a uma aula de boxe e kickboxing.
"Os exercícios, o uso de força, flexibilidade, energia e os objetivos são completamente diferentes", disse Miguel de Oliveira.
"Não tem nada a ver com o treinamento de boxe comum. O waterkickboxing é uma variação da hidroginástica", completou a coordenadora.
Na academia Fórmula também há aulas de hidroginástica com movimentos de lutas: o hidroboxe e o hidrokickboxing.
"Não são aulas voltadas para o aprendizado de lutas. Essa é uma modalidade de hidroginástica que utiliza chutes e socos", declarou Wilkinson.
Outra academia, a Competition, informou que vai incluir, no segundo semestre, movimentos de lutas para em suas aulas de hidroginástica.
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