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Rivaldo-2002 busca marca de Jairzinho-70
DOS ENVIADOS A SHIZUOKA
Que Ronaldo nada. O maior temor dos ingleses antes do jogo de
ontem chamava-se Rivaldo. Dito
e feito. O meia marcou o primeiro
do Brasil no embate decisivo das
quartas-de-final, o quinto gol dele
no Mundial, e, pela terceira vez no
torneio, foi eleito o melhor em
campo segundo a Fifa.
Único a assinalar um gol em todas as partidas do Brasil nesta Copa, Rivaldo pode agora igualar a
marca de Jairzinho no Mundial
do México, em 1970 -sete gols
em seis jogos do torneio.
Mais: o jogador do Barcelona se
encontra estacionado no posto de
artilheiro da Copa do Mundo, ao
lado de Ronaldo e do alemão Klose. Até a partida de ontem, Ronaldo também acompanhava Rivaldo na corrida pela marca de Jairzinho, o "Furacão 70".
Rivaldo é o único "erre" que não
falhou nesta Copa. "Isso é muito
bom. Quando tenho a oportunidade, marco. Estou contente com
os gols. Agora, espero marcar na
semifinal", disse Rivaldo, para em
seguida ressaltar que a vitória de
virada teve sabor especial.
Na semana passada, o jogador
havia dito que não fazia questão
de ser artilheiro, deixando o posto
para seu companheiro Ronaldo.
A Copa da Coréia e do Japão
tem significado especial para Rivaldo. Em certa medida, ele personifica a trajetória da seleção nos
últimos dois anos. O meia do Barcelona, melhor jogador do mundo em 1999, foi o mais criticado
entre os brasileiros que disputaram as eliminatórias.
Superada a fase de classificação,
o meia sofreu com uma contusão
no joelho direito, entre abril e
maio, e esteve ameaçado de não
disputar seu segundo Mundial.
Na Ásia, Rivaldo é, até agora, o
grande destaque do Brasil e chegou a ser comparado a Pelé pelos
jogadores ingleses. A Fifa escolheu o meia o melhor em campo
nas partidas contra Turquia, Bélgica e, agora, Inglaterra.
Ontem, além do primeiro gol,
Rivaldo teve participação importante para "esfriar" o jogo inglês.
O meia, que chegou a ser punido
pela Fifa por simular uma bolada
no rosto, "catimbou" em momentos importantes, especialmente quando o Brasil estava
com um a menos em campo.
"No futebol tem que ter malícia.
Não é porque fui punido que vou
mudar meu jeito de jogar. Mas
não fiz encenação nessa partida.
Quando caí, era porque estava
sentindo dor no pé", afirmou, em
referência a um lance, aos 20min
do segundo tempo, que gerou
muitas reclamações dos ingleses.
Em outro momento do jogo, o
brasileiro se atirou ao chão após
uma disputa de bola com o zagueiro Cole. A mão do inglês apenas resvalou no rosto de Rivaldo.
"A experiência do jogador brasileiro nessa hora conta muito. E a
gente procurava, toda vez que sofria uma falta ou tinha uma oportunidade de comer alguns minutos da partida, usar a malandragem natural", disse Edílson.
Os ingleses também simularam
ontem. E, assim como Rivaldo,
não foram punidos pelo árbitro.
Para o brasileiro, a "experiência" dos atletas foi decisiva, pois a
seleção teve que se superar em
campo. "Quando o Ronaldinho
foi expulso, enfrentamos o momento mais difícil do jogo. Sabíamos que enfrentar a Inglaterra,
um time de tradição, com um a
menos seria complicado", disse.
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