São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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Rivaldo-2002 busca marca de Jairzinho-70

DOS ENVIADOS A SHIZUOKA

Que Ronaldo nada. O maior temor dos ingleses antes do jogo de ontem chamava-se Rivaldo. Dito e feito. O meia marcou o primeiro do Brasil no embate decisivo das quartas-de-final, o quinto gol dele no Mundial, e, pela terceira vez no torneio, foi eleito o melhor em campo segundo a Fifa.
Único a assinalar um gol em todas as partidas do Brasil nesta Copa, Rivaldo pode agora igualar a marca de Jairzinho no Mundial do México, em 1970 -sete gols em seis jogos do torneio.
Mais: o jogador do Barcelona se encontra estacionado no posto de artilheiro da Copa do Mundo, ao lado de Ronaldo e do alemão Klose. Até a partida de ontem, Ronaldo também acompanhava Rivaldo na corrida pela marca de Jairzinho, o "Furacão 70".
Rivaldo é o único "erre" que não falhou nesta Copa. "Isso é muito bom. Quando tenho a oportunidade, marco. Estou contente com os gols. Agora, espero marcar na semifinal", disse Rivaldo, para em seguida ressaltar que a vitória de virada teve sabor especial.
Na semana passada, o jogador havia dito que não fazia questão de ser artilheiro, deixando o posto para seu companheiro Ronaldo.
A Copa da Coréia e do Japão tem significado especial para Rivaldo. Em certa medida, ele personifica a trajetória da seleção nos últimos dois anos. O meia do Barcelona, melhor jogador do mundo em 1999, foi o mais criticado entre os brasileiros que disputaram as eliminatórias.
Superada a fase de classificação, o meia sofreu com uma contusão no joelho direito, entre abril e maio, e esteve ameaçado de não disputar seu segundo Mundial.
Na Ásia, Rivaldo é, até agora, o grande destaque do Brasil e chegou a ser comparado a Pelé pelos jogadores ingleses. A Fifa escolheu o meia o melhor em campo nas partidas contra Turquia, Bélgica e, agora, Inglaterra.
Ontem, além do primeiro gol, Rivaldo teve participação importante para "esfriar" o jogo inglês. O meia, que chegou a ser punido pela Fifa por simular uma bolada no rosto, "catimbou" em momentos importantes, especialmente quando o Brasil estava com um a menos em campo.
"No futebol tem que ter malícia. Não é porque fui punido que vou mudar meu jeito de jogar. Mas não fiz encenação nessa partida. Quando caí, era porque estava sentindo dor no pé", afirmou, em referência a um lance, aos 20min do segundo tempo, que gerou muitas reclamações dos ingleses.
Em outro momento do jogo, o brasileiro se atirou ao chão após uma disputa de bola com o zagueiro Cole. A mão do inglês apenas resvalou no rosto de Rivaldo.
"A experiência do jogador brasileiro nessa hora conta muito. E a gente procurava, toda vez que sofria uma falta ou tinha uma oportunidade de comer alguns minutos da partida, usar a malandragem natural", disse Edílson.
Os ingleses também simularam ontem. E, assim como Rivaldo, não foram punidos pelo árbitro.
Para o brasileiro, a "experiência" dos atletas foi decisiva, pois a seleção teve que se superar em campo. "Quando o Ronaldinho foi expulso, enfrentamos o momento mais difícil do jogo. Sabíamos que enfrentar a Inglaterra, um time de tradição, com um a menos seria complicado", disse.


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