São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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TOSTÃO

Brasil perto do título

Brasil e Inglaterra fizeram uma fraca partida, muito abaixo da tradição das duas seleções. Se você for um analista bastante racional, pragmático, que não valoriza a beleza do espetáculo, mas somente o futebol de resultados, deve ter achado que foi um bom jogo tático, prático e objetivo.
Da mesma forma, o jogo da Copa de 70 entre Brasil e Inglaterra, considerado por muitos como uma das grandes partidas do futebol, foi um jogo amarrado, com poucas chances de gol.
Ontem, houve só uma belíssima jogada, a do primeiro gol do Brasil. Ronaldinho deu dois dribles espetaculares e tocou a bola com açúcar e afeto para o Rivaldo finalizar com extrema precisão e consciência. Gol de craque.
O segundo gol do Brasil foi de pura sorte. Ronaldinho errou o cruzamento em curva, e a bola caiu dentro do gol.
Como se esperava, a Inglaterra jogou com uma linha de quatro defensores e outra de quatro armadores, sem espaço entre elas. Os atacantes do Brasil tiveram muitas dificuldades. Além disso, os dois armadores pelos lados (Beckham e Sinclair) bloquearam os avanços de Roberto Carlos e Cafu.
Por outro lado, Roberto Carlos foi ótimo na marcação. Felipão acertou ao escalar o lateral mais adiantado, próximo do Beckham, para não deixá-lo dominar a bola e cruzar. Normalmente, Roberto Carlos joga mais atrás, na mesma linha dos zagueiros.
Com a entrada do Kleberson no lugar do Juninho, melhorou bastante a marcação no meio-campo. Felipão aceitou as críticas que havia um buraco nesse setor. Porém Kleberson, Edmilson e Gilberto Silva foram discretos no apoio ao ataque. O time ficaria melhor com a presença do Ricardinho no lugar do Edmilson, já que Kleberson e Gilberto Silva são bons marcadores.
Por causa da boa marcação no meio-campo, a defesa melhorou bastante. Roque Júnior foi novamente o melhor dos zagueiros. Com exceção da grave falha no gol da Inglaterra, Lúcio também jogou bem.
A Inglaterra jogou bem na defesa e mal no ataque. Não teve talento e força ofensiva para mudar o placar quando ficou com um jogador a mais.
Felipão cumpriu a promessa de que o Brasil ficaria entre os quatro melhores. Porém, a torcida brasileira agora quer o título. Nesse momento, o Brasil é o principal favorito.
Ronaldo desta vez não brilhou por causa da marcação.
Dificilmente o Brasil deixará de fazer gols com ele, Rivaldo e Ronaldinho -ausente do próximo jogo. Ele fará falta. Se o Brasil for campeão, os três serão merecidamente incluídos na lista dos grandes da história do futebol brasileiro e mundial.

tostão.folha@uol.com.br



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