São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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QUARTAS/ ONTEM

Inglaterra dá só dois chutes a gol, mesmo com um jogador a mais no 2º tempo

Bombardeio rival acaba na partida mais temida

DOS ENVIADOS A SHIZUOKA

Acabou o bombardeio.
Na partida contra o adversário mais forte até agora, a seleção brasileira não passou sufoco. O ""são Marcos" do jogo contra a Bélgica fez apenas uma defesa, não muito difícil, contra a badalada Inglaterra ontem -só contra a frágil China, ainda na primeira fase, tinha feito defesa solitária.
O "English Team" finalizou só duas vezes contra o gol do Brasil. Dinate da Costa Rica, também na primeira fase, o gol de Marcos foi alvo de fato 19 vezes. Nas oitavas-de-final, a seleção belga finalizou 14 vezes contra o gol brasileiro.
Apesar de ter saído atrás no marcador e de ter perdido um de seus melhores jogadores, expulso, o jogo foi até tranquilo.
Em cinco jogos, o Brasil sofreu quatro gols. A Inglaterra, que tinha a melhor defesa até ontem, sofreu três gols em cinco jogos.
""A defesa brasileira tem estado muito bem neste torneio", disse Marcos, respondendo às críticas que foram feitas ao setor, especialmente por europeus.
O gol inglês ontem, de Michael Owen, surgiu de uma falha individual de Lúcio, o que mostra que o conjunto do sistema defensivo brasileiro funcionou.
""Na verdade, não foi culpa do Lúcio. Foi uma falha de marcação do time, que permitiu a bola chegar até ali", afirmou Marcos, tentando dar força ao colega.
Os três zagueiros brasileiros fizeram praticamente metade dos desarmes da equipe -foram 54 desarmes juntos, sendo que a seleção fez 113 em toda a partida.
O trabalho da defesa brasileira foi facilitado pelo tipo de jogo inglês. Mesmo quando estavam com um jogador a mais em campo, insistiram nas bolas lançadas à área -foram 15 lançamentos no total, segundo o Datafolha, sendo que os ingleses acertaram apenas 17,2% dos cruzamentos.
O atacante Ronaldo tratou de defender a defesa. ""Ela tem sido sempre apontada como o ponto fraco do Brasil, mas eu estou feliz que nós superamos isso."
O centroavante disse que o trabalho do meio-campo ajudou a aliviar a pressão na defesa. ""Acho que nós neutralizamos o jogo inglês quase que completamente, porque a jogada principal deles era no meio-campo, e eles não conseguiram criar nada."
A partida contra a Inglaterra foi a que a equipe brasileira perdeu menos bolas (42), fez menos lançamentos (8) e realizou menos cruzamentos (11) no Mundial.
Mesmo com um jogador a menos, o Brasil manteve a posse de bola por 29min39s, praticamente seis minutos a mais que a Inglaterra. Com uma eficiência de 88,4% de acerto nos passes, o time de Luiz Felipe Scolari sofreu apenas três contra-ataques.
Prova clara da tranquilidade brasileira: Marcos não precisou se ajoelhar, apontar para o céu e agradecer a Deus nem uma vez.
(FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, RODRIGO BUENO E SÉRGIO RANGEL)


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