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São Paulo, domingo, 22 de junho de 2003

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Brasileiro-03 amarga domingo esvaziado

Ayrton Vignola/Folha Imagem
Liedson, do Corinthians, time que joga pela sétima vez fora de casa em um domingo no Brasileiro


DA REPORTAGEM LOCAL

O Campeonato Brasileiro mais longo da história tem hoje o seu domingo mais murcho até aqui.
O desfecho da 14ª rodada terá apenas seis confrontos -a média do torneio no dia mais nobre do futebol era de oito partidas.
E quem mais sai perdendo são os torcedores das grandes capitais. São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Curitiba, que concentram 11 dos 24 times do Brasileiro, não verão nenhuma partida da primeira divisão.
Dos maiores centros do país, apenas o Rio de Janeiro terá futebol neste domingo: o Fluminense, que vinha mandando os seus jogos no estádio Giulite Coutinho, em Edson Passos (região metropolitana do Rio), volta ao Maracanã para receber o Guarani.
As outras partidas são Paysandu x Flamengo, no Mangueirão (Belém), Ponte Preta x Corinthians, no Moisés Lucarelli (Campinas), Figueirense x Fortaleza, no Orlando Scarpelli (Florianópolis), São Caetano x Vitória, no Anacleto Campanella (São Caetano do Sul), e Juventude x Cruzeiro, no Alfredo Jaconi (Caxias do Sul).
Desde o início do Brasileiro, em 29 de março, a rodada mais esvaziada nas principais capitais num domingo havia sido a 12ª, com apenas um jogo em Curitiba e outro em São Paulo. O reduzido número de confrontos tem duas justificativas principais -em ambas a CBF atendeu a solicitações de clubes para a mudança de tabela.
Primeiro, o Bahia pediu para antecipar para a última quinta-feira o seu duelo com o Coritiba em Salvador, programado originalmente para hoje. Além disso, permitiu ao Santos, que disputou semifinal da Libertadores na Colômbia na última quarta-feira, descansar no final de semana.
O clube campeão brasileiro, hoje um dos maiores aliados de Ricardo Teixeira, deveria enfrentar o Atlético-PR em Curitiba.
Sem o Santos em campo, o Internacional bateu ontem o Paraná, no Beira-Rio, e roubou do Cruzeiro a liderança isolada do Nacional -o time de Luxemburgo tentará recuperá-la hoje.
Entre as capitais brasileiras com mais de um representante na primeira divisão do Nacional, as que mais têm sofrido com a falta de futebol aos domingos são Belo Horizonte e São Paulo.
A capital mineira experimenta o seu sétimo domingo sem ter uma partida dos times locais Cruzeiro e Atlético-MG. Já os paulistanos que torcem para Corinthians e São Paulo vivem a estranha experiência pela quarta vez, mas ultrapassarão os torcedores de Belo Horizonte até o final do Nacional.
Isso porque Corinthians e São Paulo são dois dos recordistas de jogos exibidos pela TV aberta -e, para que isso aconteça, o time precisa atuar fora de casa.
Além disso, a capital paulista perdeu neste ano dois tradicionais representantes na Série A. Disputando a segunda divisão, Palmeiras e Lusa não jogam aos domingos -as rodadas são disputadas às sextas e aos sábados.
Além da excessiva interferência da televisão, outra tendência que tem tornado os finais de semana boleiros menos populares é a fuga de grandes clubes para estádios de menor capacidade de público.
Seja por economia ou para conseguir absorver melhor o calor dos minguados torcedores de arquibancada, algumas equipes optam por arenas acanhadas mesmo tendo a opção de atuar em "templos" do futebol brasileiro.
É o caso de Fluminense (que tem se revezado entre o Giulite Coutinho e o Maracanã) e Atlético-MG (que alterna entre o Independência e o Mineirão).


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