ALEC DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 28 mil pessoas foram ao Parque Antarctica ontem à tarde assistir ao inédito Palmeiras x Botafogo na Série B do Brasileiro.
No final, o empate por 0 a 0 provocou vaias e bate-boca entre os torcedores palmeirenses, que viram sua equipe empatar pela terceira vez nos cinco confrontos que fez em casa na competição.
O resultado de ontem repetiu o placar da final do Brasileiro de 1972, também disputada entre ambos -o clube paulista conquistou o título.
O Palmeiras já deixou de ganhar seis pontos em casa -suficientes para que a equipe, hoje, liderasse a segunda divisão.
"Essas vaciladas têm nos atrapalhado muito. Esses pontos podem fazer falta mais para frente", disse o técnico Jair Picerni.
O treinador se esforçou para agradar ao público: quando o torcedor pediu a entrada de Muñoz, aos 43min do primeiro tempo, foi atendido já na volta do intervalo.
A reivindicação por Pedrinho, aos 30min da etapa final, levou apenas dois minutos para ser executada pelo técnico.
"Infelizmente, Muñoz e Pedrinho foram bem marcados e não puderam contribuir de forma decisiva", declarou Picerni.
Além de dar palpites na escalação, a torcida palmeirense também bateu boca entre si: arquibancada e cadeira numerada trocaram insultos no final do jogo, depois que os últimos protestaram pedindo "jogador".
A frustração com o time foi ainda maior porque o Palmeiras atuou 45 minutos com um jogador a mais (o botafoguense Daniel Lins foi expulso aos 33min do primeiro tempo, enquanto o palmeirense Alessandro levaria o cartão vermelho apenas aos 32min da etapa final).
No total, o árbitro Giuliano Bozzano distribuiu sete cartões amarelos, além dos dois vermelhos.
Os problemas do Palmeiras, que atacou sem eficácia, fizeram a torcida se esquecer do técnico do Botafogo, Levir Culpi, que ano passado dirigia o Palmeiras.
Culpi foi vaiado quando o placar eletrônico mostrou seu nome, antes da partida, mas o treinador quase não foi notado no jogo.
Seu esquema defensivo acabou se revelando eficiente. Sem condições de penetrar, o Palmeiras não teve criatividade e, apesar de chegar bastante à linha de fundo, o cruzamentos foram em vão.
No primeiro tempo, teve uma única boa chance, aos 30min, num chute de Diego Souza que o goleiro Max espalmou.
Na etapa final, muito mais presente no ataque contra um adversário que só se defendeu, o Palmeiras só levou perigo uma única vez, aos 12min, num chute cruzado de Thiago Gentil.


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