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São Paulo, domingo, 22 de junho de 2003

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Qatar, US$ 1,5 mi para Romário em três meses, seduz brasileiros

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

De olho nas ofertas milionárias, o atacante Romário foi o primeiro brasileiro famoso a se aventurar no desconhecido futebol do Qatar, em pleno Oriente Médio.
Agora, uma série de jogadores de destaque no futebol carioca está sendo seduzida pelos árabes. Os flamenguistas Edílson e Felipe e os vascaínos Edmundo e Marcelinho já receberam propostas para se transferirem para o Qatar na próxima temporada, que será aberta em setembro.
Embora já tenham praticamente acertado os valores para deixar o país daqui a três meses, os quatro jogadores preferem não emitir opinião sobre o assunto. Eles temem ser criticados por torcedores dos seus clubes.
"A proposta era muito boa, mas a minha cabeça agora está no Flamengo. Vamos deixar isso para a frente", afirmou o atacante Edílson, tentando desconversar. Os outros três também fazem silêncio quando o assunto é o Qatar.
Os grandes nomes do futebol brasileiro fazem parte de uma estratégia dos dirigentes do país, que pretendem realizar o maior campeonato da história em setembro. Eles querem colocar um jogador brasileiro em cada clube.
Dinheiro não é o problema para os árabes. O atacante Serginho, que era companheiro de Romário no Al-Saad, disse que já jogou vários amistosos com apostas.
"No ano passado, os xeques das duas equipes envolvidas apostaram US$ 1 milhão. Meu time venceu por 3 a 2, e fiz um gol", disse Serginho, contratado pelo Fluminense após pedido de Romário.
Milionário, Serginho, que é torcedor do Fluminense, disse que não levou em conta o salário oferecido pelos dirigentes tricolores para jogar pelo clube. Ele vai receber cerca de R$ 5.000 mensais.
O atacante jogou mais de cinco temporadas no futebol árabe. Desconhecido no Brasil, Serginho atuou pelo Corinthians nos anos 90. Em setembro, ele deverá voltar para o mundo árabe. Desta vez, jogará na Arábia Saudita.
Além de Serginho, Romário trouxe do Qatar outro "peixe", como chama os seus amigos, para o Fluminense. O zagueiro Felipe Veras se apresentou nesta semana. Ele estava havia dois anos jogando em países árabes.
Apesar dos altos salários oferecidos no Qatar, a experiência pode não ser das melhores para os brasileiros. O exemplo clássico é o de Romário, que não escondeu que ficou decepcionado com a sua passagem pelo Al-Saad.
"A temporada não foi positiva, perdi um pouco do meu objetivo, de me aproximar ao máximo dos mil gols [ele tem 863]", disse o jogador, que recebeu US$ 1,5 milhão para jogar apenas três jogos. Ele se desentendeu com o técnico e não marcou nenhum gol durante os três meses no Qatar.


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