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Austrália desafia herança croata por vaga inédita
Time precisa empatar com país cuja imigração ajudou a
formar o futebol local para se classificar à segunda fase
Seleções, entre as mais
faltosas do Mundial alemão,
têm atletas com parentes
nascidos nos dois países e
se enfrentam em Stuttgart
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O jogo entre croatas e australianos, em Stuttgart, às 16h, será, de certa forma, um confronto entre professores e alunos.
Foi dos Bálcãs que surgiu parte
da formação do futebol do país
da Oceania -além da influência dos colonizadores ingleses.
A Austrália, que jamais avançou às oitavas, precisa de um
empate para se classificar, desde que o Japão não goleie o Brasil. E a Croácia precisa vencer e
torcer por empate japonês.
Ao migrarem à Austrália,
croatas fundaram clubes que
ajudaram a formar as ligas locais. Tanto que, na atual seleção australiana, oito atletas foram formados em clubes de origem croata. Alguns têm famílias do país europeu, como Popovic, Viduka, Kalac e Skoko.
São clubes como o Melbourne Knights, o Sydney United e o
Hurtsville Zagreb -referência
à capital croata. Quatro atletas,
entre eles Tim Cahill - autor
do primeiro gol australiano em
Copas-, foram formados no
Sydney United. Fundado nos
anos 50, seu nome era Sydney
Croatia, depois modificado.
O mesmo aconteceu com o
Melbourne Knights, onde surgiu o hoje ídolo Viduka.
Quando jovem, era apaixonado pela Croácia, terra dos seus
pais. Sonhava em jogar pelo
Hajduk Split, clube tradicional
do país. E tinha até pôsteres em
sua casa com fotos da seleção.
Mais tarde, atuou no Dínamo
Zagreb e foi convidado para defender a seleção européia. Mas
preferiu a Austrália. Constrangido, hoje tenta apagar essa paixão. "Sou um australiano para
qualquer coisa", afirma.
Do lado croata, três jogadores, Seric, Simunic e Didulica,
nasceram na Austrália, mas se
naturalizaram pelo país de origem de suas famílias. No total,
são 52 mil pessoas de origem
croata morando na Oceania.
"Sou um profissional e escolhi jogar pela Croácia. É só um
outro jogo", disse Simunic.
A influência dessas famílias
tornou o futebol australiano
parecido com o croata. Jogadores dos dois times admitem que
o jogo de hoje será um confronto com embates físicos, características das duas equipes.
Para o assistente australiano,
Graham Arnold, os dois times
são espelhos. "Será um jogo
bem físico", disse Bresciano.
A Austrália está entre os times com mais faltas cometidas
na Copa, com média de 24 por
jogo. A Croácia fica um pouco
atrás, com 18,5 faltas em média.
Os dois times usam bastante
a jogada aérea -estão entre os
primeiros no fundamento.
NA TV - Croácia x Austrália
ESPN Brasil 2, Sportv 2 e Directv,
ao vivo, às 16h
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