São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2006

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Austrália desafia herança croata por vaga inédita

Time precisa empatar com país cuja imigração ajudou a formar o futebol local para se classificar à segunda fase

Seleções, entre as mais faltosas do Mundial alemão, têm atletas com parentes nascidos nos dois países e se enfrentam em Stuttgart


RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O jogo entre croatas e australianos, em Stuttgart, às 16h, será, de certa forma, um confronto entre professores e alunos. Foi dos Bálcãs que surgiu parte da formação do futebol do país da Oceania -além da influência dos colonizadores ingleses.
A Austrália, que jamais avançou às oitavas, precisa de um empate para se classificar, desde que o Japão não goleie o Brasil. E a Croácia precisa vencer e torcer por empate japonês.
Ao migrarem à Austrália, croatas fundaram clubes que ajudaram a formar as ligas locais. Tanto que, na atual seleção australiana, oito atletas foram formados em clubes de origem croata. Alguns têm famílias do país europeu, como Popovic, Viduka, Kalac e Skoko.
São clubes como o Melbourne Knights, o Sydney United e o Hurtsville Zagreb -referência à capital croata. Quatro atletas, entre eles Tim Cahill - autor do primeiro gol australiano em Copas-, foram formados no Sydney United. Fundado nos anos 50, seu nome era Sydney Croatia, depois modificado.
O mesmo aconteceu com o Melbourne Knights, onde surgiu o hoje ídolo Viduka.
Quando jovem, era apaixonado pela Croácia, terra dos seus pais. Sonhava em jogar pelo Hajduk Split, clube tradicional do país. E tinha até pôsteres em sua casa com fotos da seleção.
Mais tarde, atuou no Dínamo Zagreb e foi convidado para defender a seleção européia. Mas preferiu a Austrália. Constrangido, hoje tenta apagar essa paixão. "Sou um australiano para qualquer coisa", afirma.
Do lado croata, três jogadores, Seric, Simunic e Didulica, nasceram na Austrália, mas se naturalizaram pelo país de origem de suas famílias. No total, são 52 mil pessoas de origem croata morando na Oceania.
"Sou um profissional e escolhi jogar pela Croácia. É só um outro jogo", disse Simunic.
A influência dessas famílias tornou o futebol australiano parecido com o croata. Jogadores dos dois times admitem que o jogo de hoje será um confronto com embates físicos, características das duas equipes.
Para o assistente australiano, Graham Arnold, os dois times são espelhos. "Será um jogo bem físico", disse Bresciano.
A Austrália está entre os times com mais faltas cometidas na Copa, com média de 24 por jogo. A Croácia fica um pouco atrás, com 18,5 faltas em média.
Os dois times usam bastante a jogada aérea -estão entre os primeiros no fundamento.


NA TV - Croácia x Austrália ESPN Brasil 2, Sportv 2 e Directv, ao vivo, às 16h


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