|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AUTOMOBILISMO
Schumacher é beneficiado por erro de Raikkonen no fim do GP
Sorte e óleo ajudam alemão a conquistar o quinto título
DO ENVIADO A MAGNY-COURS
Uma poça de óleo e uma boa
dose de sorte, como ele mesmo
admitiu, foram fundamentais para que Michael Schumacher conquistasse o pentacampeonato
mundial em Magny-Cours.
Até a 68ª das 72 voltas da corrida, o alemão não havia tido nenhuma chance real de vitória. A
oportunidade só veio quando Kimi Raikkonen, então líder da corrida, encontrou óleo no asfalto.
Seu McLaren escorregou e saiu
da pista. Schumacher, que já estava conformado com o segundo
lugar, acelerou, assumiu a liderança e seguiu tranquilo para a 61ª
vitória de sua carreira, a oitava em
11 corridas disputadas no ano.
"Sinceramente, não conseguiria
passar o Kimi, que fez uma corrida fantástica. Foi apenas sorte.
Não esperava nada como aquilo,
mas é assim que funciona o esporte. Se você tentar até o final, às
vezes pode ganhar uma chance
como essa", disse o alemão, emocionado, na entrevista da FIA.
Foi a sexta vitória do piloto em
Magny-Cours. Ele já havia sido o
primeiro em 1994, 1995 (ambas
pela Benetton), 1997, 1998 e 2001
(pela Ferrari). Assim, Schumacher igualou Alain Prost (Brasil e
França) e Ayrton Senna (Mônaco), até ontem os únicos homens
que haviam conseguido seis vitórias em uma mesma corrida.
Saindo em segundo no grid, o
alemão precisava vencer o GP de
ontem para garantir o título.
Além disso, dependia que Rubens
Barrichello ou Juan Pablo Montoya não acabassem em segundo.
O primeiro sucumbiu antes
mesmo da largada, quando os
mecânicos esqueceram um macaco sob seu carro. Levado para largar dos boxes, Barrichello enfrentou então uma pane eletrônica na
Ferrari e abandonou a disputa. Irritado, deu uma "banana" para os
mecânicos de sua escuderia e foi
embora do autódromo.
Montoya teve um início promissor. Segurou Schumacher até
a primeira rodada de pits, quando
começaram seus problemas.
Enquanto o colombiano estava
parado nos boxes, no 24º giro, o
alemão aproveitou para dar uma
volta voadora, a mais rápida da
corrida àquela altura. Assim, após
fazer seu pit stop, duas voltas depois, Schumacher retornou à pista na frente do adversário.
Montoya, porém, ganhou um
"presente" na 35ª volta: punido
por ter cruzado uma linha na saída dos boxes, Schumacher teve
que cumprir um drive-through
-a linha existe justamente para
evitar que carros lentos, saindo
dos pits, voltem à pista na frente
de pilotos em ritmo de corrida.
O piloto da Williams reassumiu
a liderança, seguido por Raikkonen. Mas foi por pouco tempo.
Na 43ª volta, após fazer o último
pit, seu motor engasgou na saída
dos boxes. Montoya perdeu quatro segundos, o suficiente para
despencar para o quarto lugar.
Raikkonen assumiu a ponta e
resistiu bem à pressão de Schumacher. Até encontrar o óleo na
pista. "É difícil explicar. Posso dizer que foi o melhor e o pior GP da
minha vida", disse o finlandês. Ao
seu lado, Schumacher abriu um
sorriso maroto.
(FÁBIO SEIXAS)
Texto Anterior: Os títulos do pentacampeão Próximo Texto: Por uma hora, penta fica ameaçado Índice
|