São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BRASIL 1 x 1 URUGUAI

Dez anos após Taffarel brilhar nos EUA na conquista do tetra, técnico conta com estrela de Júlio César para disputar no Peru sua segunda final de Copa América

Parreira ri de novo nos pênaltis

Henry Romero/Reuters
Adriano, artilheiro da Copa América com seis gols, festeja após empatar o jogo contra o Uruguai


FERNANDO MELLO
ENVIADO ESPECIAL A LIMA

No reencontro da seleção de Carlos Alberto Parreira com os pênaltis, outra vez um goleiro se destacou e garantiu o triunfo.
Após empate em 1 a 1 com o Uruguai no tempo normal, ontem à noite, em Lima, o Brasil venceu por 5 a 3 nos pênaltis, pela semifinal da Copa América. Os brasileiros converteram suas cobranças, e o goleiro Júlio César, que falhara no gol dos uruguaios, defendeu o chute de Sanchez.
A seleção vai enfrentar a Argentina na final, domingo, às 17h, também na capital peruana. Será a primeira decisão entre as duas maiores potências sul-americanas na Copa América, cuja fase final era, nos primórdios, disputada sem uma partida decisiva.
Fazia dez anos que Parreira não vivenciava uma disputa de pênaltis como treinador da seleção. A última fora na final da Copa de 94, quando o Brasil bateu a Itália e se sagrou tetracampeão. Naquela ocasião, o destaque do time foi o goleiro Taffarel, que, assim como Júlio César ontem, defendeu uma cobrança do adversário.
A passagem à decisão da Copa América com um time desfalcado dos principais titulares foi comemorada como um título. Os jogadores e a comissão técnica se abraçaram efusivamente no gramado do estádio Nacional.
Eufórico, Júlio César mandou recados para vários parentes: "Mãe, Su, Kauê, pai, cunhados, sobrinhos, amo todos vocês".
Em decadência -ocupa hoje a penúltima posição nas eliminatórias para o Mundial-2006, em que virou saco de pancadas-, o Uruguai confirmou, porém, a fama de rival complicado para o Brasil.
Se não tiveram a classe que ostentavam outrora, os uruguaios mostraram ontem a raça que marca a história de seu futebol.
O início de jogo foi eletrizante, com ambos os times chegando com velocidade à meta adversária. Só que, com um meio-campo superpovoado, mais vontade e uma determinação tática superior à do time de Parreira, o Uruguai se impôs na partida.
Logo aos 13min, o atacante Darío Silva -constante dor de cabeça para a defesa brasileira, ao lado do colega Bueno- perdeu um gol feito, com as redes brasileiras escancaradas à sua frente.
O início fulminante do Uruguai surpreendeu Parreira: "Eles deram um chutão para a frente, ficaram quatro minutos ali, não deu nem para a gente encostar o pé na bola. Foi córner, falta, lateral...".
E fizeram o gol numa falha de Júlio César. Após falta da esquerda, Sosa cabeceou para o chão, a bola bateu no gramado e traiu o goleiro flamenguista, um dos atletas mais elogiados pela comissão técnica no torneio.
Ao final do primeiro tempo, Parreira cobrou mais garra de sua equipe. "É acertar a cabeça, botar a bola no chão e partir um pouquinho para a briga com eles", disse o técnico, que disputará sua segunda final de Copa América (foi vice em 1983).
"Temos que passar da linha de cinco que armaram no meio e ter cuidado, porque eles lançam bolas longas para os dois atacantes enfiados, temos de ter sempre três homens ali."
Ainda assim, Parreira manteve o time para o segundo tempo. E, antes mesmo de completar um minuto de partida, a seleção empatou, numa boa trama entre Alex, Luis Fabiano e Adriano.
Os uruguaios diminuíram o ritmo, e o Brasil passou a fazer mais jogadas pelas extremidades, algo raro no primeiro tempo.
Aos 30min, duas mudanças no Brasil: Kleberson deu lugar a Diego, enquanto Edu saiu para a entrada de Júlio Baptista.
O jogo esfriou gradativamente, até ir para os pênaltis. Pelo Brasil, marcaram Luisão, Luís Fabiano, Adriano, Renato e Alex.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Pela 1ª vez, time muda de lado para sair do zero
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.