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AÇÃO
Bienal do surfe
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Duke Kahanamoku cruzando com estilo toda a extensão da onda, Pat Curren andando no bico da prancha, Gerry Lopez buscando o tubo mais profundo, Martin Potter, o aéreo mais
alto, Kelly Slater competindo para superar o próprio recorde de
seis títulos mundiais, Laird Hamilton surfando ondas de 70 pés e
visando as de cem.
Seja o tamanho das ondas, o
grau de dificuldade das manobras, as notas dos juízes ou o bem-estar percebido depois de uma
sessão de surfe, o desempenho
vem sendo, ao longo de quase um
século de surfe moderno, a forma
de medir resultados.
O mesmo vale para a indústria
que se criou e que se sustenta em
torno de milhões de praticantes
em todo o mundo. A evolução do
desenho e dos materiais de pranchas e equipamentos, o desenvolvimento de tecidos e formas das
roupas visando o conforto e a eficiência para os atletas e, em última instância, o faturamento do
mercado surfwear, que hoje dita a
moda praia no mundo.
Mas o surfe é muito mais que isso. Desde a remota origem em comunidades já extintas e nas quais
o "esporte" tinha um apelo sociocultural e religioso, até os dias
atuais, nas imagens de Coppola,
nos grafismos de David Carson,
nos acordes de Jack Johnson ou
nos simples movimentos de Slater
surfando sobre uma porta de madeira, surfe é arte, é estilo de vida.
Pode parecer exagero, mas poucos esportes -diria nenhum melhor- harmonizam exercício e
relaxamento, prazer e desafio,
contato com a natureza e tecnologia, como o surfe.
Um belo apanhado disso poderá ser visto a partir de amanhã na
1ª Mostra Internacional de Arte e
Cultura Surf, montada no Pavilhão da Bienal até o dia 29.
A mostra segue a linha da "Surf
Culture" realizada na Califórnia
(EUA) e é a primeira do gênero
realizada na América Latina.
Trará a São Paulo alguns dos
mais representativos nomes e trabalhos do segmento, dividido em
seis setores: pranchas, fotografia,
literatura e imprensa, artes plásticas, arte têxtil e audiovisual.
No último, a mostra inclui duas
salas de cinema com capacidade
para 120 pessoas e programação
de 18 filmes por dia, divididos em
três festivais. O primeiro terá clássicos de Jackie McCoy, como
"Blue Horizon" e "Storm Rider", o
segundo, filmes mais atuais de
Tailor Steele, como "Shelter", gravado numa antiga fazenda australiana, e o terceiro trará filmes
do músico e diretor Jack Johnson,
como "September Sessions".
Além dos festivais, clássicos e
novidades do cinema de Holywood, como "Summer", "Step into Liquid", "Surf Adventures" e
"Dog Town", vencedor do Sundance em 2001, serão exibidos.
É uma boa oportunidade para
os praticantes mais velhos resgatarem boas lembranças e se atualizarem, para praticantes que
nunca viram a arte de Lopez em
Pipeline conhecerem um pouco
do surfe além da competição e para os que não praticam, e geralmente discriminam os que se orgulham em se apresentar como
surfistas, reformularem o conceito. Ingresso a R$ 10,00, estudantes
pagam meia.
Corrida de aventura
A Mamelucos Hertz e a QuasarLontra representarão o Brasil no
Mundial que começa no dia 1º no Canadá e terá 50 países competindo. No próximo final de semana, Brotas (SP) abriga mais uma clínica
e a terceira etapa do circuito Adventure Camp.
Brasileiro de surfe
A quarta e penúltima etapa do SuperSurf acontece em Ubatuba (SP)
e deve esquentar a disputa entre os locais Renato Galvão e Odirlei
Coutinho e o carioca, atual bicampeão brasileiro, Leonardo Neves.
Mundial de skate
O terceiro lugar no Monster Mastership, na Alemanha, deixou Rodil
Ferrugem mais perto do bicampeonato mundial de street.
E-mail sarli@trip.com.br
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