São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2004

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AÇÃO

Bienal do surfe

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Duke Kahanamoku cruzando com estilo toda a extensão da onda, Pat Curren andando no bico da prancha, Gerry Lopez buscando o tubo mais profundo, Martin Potter, o aéreo mais alto, Kelly Slater competindo para superar o próprio recorde de seis títulos mundiais, Laird Hamilton surfando ondas de 70 pés e visando as de cem.
Seja o tamanho das ondas, o grau de dificuldade das manobras, as notas dos juízes ou o bem-estar percebido depois de uma sessão de surfe, o desempenho vem sendo, ao longo de quase um século de surfe moderno, a forma de medir resultados.
O mesmo vale para a indústria que se criou e que se sustenta em torno de milhões de praticantes em todo o mundo. A evolução do desenho e dos materiais de pranchas e equipamentos, o desenvolvimento de tecidos e formas das roupas visando o conforto e a eficiência para os atletas e, em última instância, o faturamento do mercado surfwear, que hoje dita a moda praia no mundo.
Mas o surfe é muito mais que isso. Desde a remota origem em comunidades já extintas e nas quais o "esporte" tinha um apelo sociocultural e religioso, até os dias atuais, nas imagens de Coppola, nos grafismos de David Carson, nos acordes de Jack Johnson ou nos simples movimentos de Slater surfando sobre uma porta de madeira, surfe é arte, é estilo de vida.
Pode parecer exagero, mas poucos esportes -diria nenhum melhor- harmonizam exercício e relaxamento, prazer e desafio, contato com a natureza e tecnologia, como o surfe.
Um belo apanhado disso poderá ser visto a partir de amanhã na 1ª Mostra Internacional de Arte e Cultura Surf, montada no Pavilhão da Bienal até o dia 29.
A mostra segue a linha da "Surf Culture" realizada na Califórnia (EUA) e é a primeira do gênero realizada na América Latina. Trará a São Paulo alguns dos mais representativos nomes e trabalhos do segmento, dividido em seis setores: pranchas, fotografia, literatura e imprensa, artes plásticas, arte têxtil e audiovisual.
No último, a mostra inclui duas salas de cinema com capacidade para 120 pessoas e programação de 18 filmes por dia, divididos em três festivais. O primeiro terá clássicos de Jackie McCoy, como "Blue Horizon" e "Storm Rider", o segundo, filmes mais atuais de Tailor Steele, como "Shelter", gravado numa antiga fazenda australiana, e o terceiro trará filmes do músico e diretor Jack Johnson, como "September Sessions".
Além dos festivais, clássicos e novidades do cinema de Holywood, como "Summer", "Step into Liquid", "Surf Adventures" e "Dog Town", vencedor do Sundance em 2001, serão exibidos.
É uma boa oportunidade para os praticantes mais velhos resgatarem boas lembranças e se atualizarem, para praticantes que nunca viram a arte de Lopez em Pipeline conhecerem um pouco do surfe além da competição e para os que não praticam, e geralmente discriminam os que se orgulham em se apresentar como surfistas, reformularem o conceito. Ingresso a R$ 10,00, estudantes pagam meia.

Corrida de aventura
A Mamelucos Hertz e a QuasarLontra representarão o Brasil no Mundial que começa no dia 1º no Canadá e terá 50 países competindo. No próximo final de semana, Brotas (SP) abriga mais uma clínica e a terceira etapa do circuito Adventure Camp.

Brasileiro de surfe
A quarta e penúltima etapa do SuperSurf acontece em Ubatuba (SP) e deve esquentar a disputa entre os locais Renato Galvão e Odirlei Coutinho e o carioca, atual bicampeão brasileiro, Leonardo Neves.

Mundial de skate
O terceiro lugar no Monster Mastership, na Alemanha, deixou Rodil Ferrugem mais perto do bicampeonato mundial de street.

E-mail sarli@trip.com.br


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