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GINÁSTICA
Atleta é cortada da trave para priorizar o solo
Dor no joelho recém-operado dita escala de Daiane na Olimpíada
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de realizar uma cirurgia
às escondidas, ficar fora do Brasileiro e reduzir a carga de treinos,
Daiane dos Santos agora abrirá
mão de uma prova olímpica por
causa das dores no joelho direito.
A decisão de deixar a atleta fora
da trave -considerado o aparelho que maior impacto impõe ao
joelho de uma atleta na ginástica
artística feminina- tanto nos Jogos de Atenas como nos treinos
foi tomada pela confederação e
pela comissão técnica da seleção.
A alegação é a de poupar Daiane
para o solo, aparelho em que é especialista e no qual pode obter o
histórico pódio olímpico.
"A Daiane está fora da trave,
mas o está desde o ano passado, se
contar o índice técnico. As outras
atletas estão melhores. Além disso, existe a preocupação em poupá-la por causa da cirurgia [a artroscopia para a retirada de cartilagem, realizada há cerca de um
mês], pois a prova força muito o
joelho", afirma Eliane Martins,
supervisora da Confederação
Brasileira de Ginástica.
O corte frustra o plano da ginasta de tentar um melhor resultado
para o país no individual geral
(prova que contabiliza o desempenho nos quatro aparelhos), cuja marca olímpica mais expressiva é o 20º lugar de Daniele Hypólito nos Jogos de Sydney-2000.
Com o corte, Daniele, Camila
Comin, Ana Paula Rodrigues,
Laís Souza e Caroline Molinari
poderão atuar na trave. A CBG
afirma que a escala dos outros
três aparelhos (cada um pode ter
até cinco atletas de um país na fase de classificação) será definida
às vésperas dos Jogos. Além de
estar confirmada no solo, Daiane
ainda poderá competir nas paralelas assimétricas e no salto.
"Havia expectativa de que ela
competisse e que houvesse um
corte apenas por condições técnicas, mas é melhor prevenir", diz o
médico Ivan Pacheco, que operou
o joelho esquerdo e o tendão-de-aquiles do pé direito de Daiane.
"Há furor por causa do corte,
mas Daiane já não compete na
trave em eventos internacionais
há muito tempo. Agora, como foi
no Mundial e no Pan de Santo
Domingo, a decisão tem dois lados: o técnico, pois ela não é competitiva no aparelho, e o físico,
por causa do joelho [que também
foi operado em 2003]", diz Adriana Alves, técnica da atleta.
No Mundial de Anaheim, em
agosto passado, quando se sagrou
campeã no solo, Daiane só deixou
de atuar na trave -em 98, no Brasileiro, ela obteve uma prata no
aparelho, no qual ainda não pontuou no ranking internacional.
Amanhã, a atleta embarca com
a seleção para treinar na Ucrânia.
"Acho que estou muito bem. Tenho chances de conquistar uma
medalha, mas a Olimpíada não é
igual ao Mundial. Nunca prometi
nada e nem farei isso", diz Daiane.
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