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FUTEBOL
Tribunal critica dirigente que foi à Justiça comum, abre brecha para adversários e arma nova confusão no BR-03
STJD agora ameaça eliminar o Paysandu
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Devido à contratação de reforços por um dirigente suspenso, o
Paysandu pode até ser eliminado
do Brasileiro pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
Esse é o pensamento do presidente do STJD, Luiz Zveiter, que
reassumirá a presidência do tribunal na próxima segunda-feira.
Aldrovani, Júnior Amorim e
Borges Neto foram contratados
para reforçar a equipe no segundo
turno do torneio pelo presidente
do Paysandu. José Arthur Guedes
Tourinho, porém, estava suspenso pelo STJD desde julho (120
dias) por ter ofendido o presidente da Federação Paraense.
"O Tourinho está suspenso e
não poderia estar praticando nenhum ato administrativo. O clube
perde os pontos, e o tribunal pode
retirar o clube do campeonato",
declarou o desembargador.
Esse é o quarto caso de irregularidade passível de punição que será apreciado pelo STJD no Brasileiro deste ano. O tribunal já isentou o Flamengo, tirou quatro
pontos da Ponte Preta e rejeitou
as queixas de Goiás, Fluminense e
Ponte Preta contra o Santos.
Desta vez, a irregularidade estaria na atuação de um dirigente, e
não na escalação dos jogadores,
que foram inscritos na CBF.
"A CBF não deveria ter aceito
documentos assinados por uma
pessoa suspensa", disse Zveiter,
completando o que o presidente
em exercício do STJD, Paulo César Salomão, já havia dito ontem.
E foi motivado pela declaração
de Salomão ("Suspenso, ele [Tourinho] não podia exercer a função
de presidente") que o Corinthians decidiu reclamar os pontos
que perdeu domingo em Belém.
O advogado João Zanforlim pediu ontem a impugnação de Paysandu 2 x 2 Corinthians.
"Ficou pública a irregularidade
dos jogadores do Paysandu. O
Corinthians não pôde se omitir.
O próprio Salomão disse que os
contratos estavam irregulares",
afirmou o gerente de futebol corintiano, Edvar Simões.
Na sua petição, o advogado do
Corinthians citou o artigo 301 do
Código Brasileiro Disciplinar do
Futebol, modificado pela resolução 1A/97 da CBF, que trata de escalação de jogador irregular.
"Não poderão falar que entramos fora do prazo porque, ainda
que contem o domingo, dia do jogo, hoje [ontem] é o quinto dia seguinte à possível entrega da súmula", disse Zanforlim, referindo-se à rejeição do tribunal a receber as queixas de Goiás, Fluminense e Ponte Preta contra o Santos por causa do caso Jerri.
Mas o Goiás, que enfrentou os
paraenses no último dia 10, não
desistirá de recuperar os pontos
que perdeu nos empates com o
Paysandu e com o time da Vila.
"O prazo para entrar com uma
queixa, como diz o CBDF, é de 30
dias. Vamos até o fim", disse João
Bosco, diretor jurídico do clube.
Guarani e Vitória, as outras
equipes que enfrentaram o Paysandu com os três reforços, ainda
não decidiram se irão ao STJD.
Tourinho, pivô do imbróglio,
não teme nenhuma retaliação do
STJD contra o Paysandu. Disse estar no exercício da presidência
amparado pela Justiça comum.
"Como não havia mais instâncias esportivas para recorrer contra a suspensão, fui para a Justiça
comum. Consegui uma liminar
que me assegura o direito de ser
presidente. Sei que o Corinthians
já entrou no STJD, mas o Paysandu não vai perder ponto algum."
Mas ontem mesmo o STJD requisitou documentos à CBF para
comprovar a irregularidade dos
contratos firmados por Tourinho.
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