São Paulo, Domingo, 22 de Agosto de 1999
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Conheça a trama do suborno

da Reportagem Local

O esquema de suborno do Paulista-98 foi posto em prática na partida Portuguesa Santista x Lusa, válida pela última rodada da primeira fase.
O resultado, empate de 4 a 4, classificou a Lusa e obrigou a Santista a disputar o quadrangular do rebaixamento.
Segundo depoimento do vice de futebol da Lusa, Ilídio Lico, a uma comissão de sindicância do clube, ele acertou com o empresário do futebol Toninho Silva o suborno do goleiro Nasser, que atuava pela Santista. Quem assinou os cheques para a operação -de R$ 100 mil e R$ 30 mil- foi o presidente do clube, Amilcar Casado.
Mais tarde, porém, Lico descobriu que o goleiro não havia nem sequer sido contatado e que o dinheiro fora desviado, segundo ele, pelo então diretor do clube Camões Salazar. Para silenciar o goleiro, que ameaçava revelar a trama, Lico aceitou contratá-lo. Nasser não pôde se apresentar, mas recebeu, ao todo, R$ 83 mil.
Apesar de se dizer contrariado com a situação, o goleiro só denunciou a trama quando a Folha o procurou em março. A publicação pela Folha de uma cópia do contrato foi a primeira prova de que a história era verdadeira. Depois, foram publicados os cheques, recibos e, por fim, a confissão de Lico.
Atualmente, Casado, Lico, Salazar e Silva estão sendo processados pela Justiça sob a acusação de apropriação indébita dos R$ 130 mil pertencentes ao clube. (MD)

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