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TÊNIS
País mantém escrita, que se arrasta desde 97, de não vencer dois jogos decisivos no domingo e está fora da elite da Davis
Nova geração sucumbe diante de tabu
DA REPORTAGEM LOCAL
A nova geração teve ontem a
chance de quebrar o tabu que a
persegue desde 1997: vencer os
dois jogos decisivos no último dia
de disputas da Copa Davis.
Mas não conseguiu. A derrota
de Flávio Saretta para Frank Dancevic no jogo decisivo de ontem
por 3 sets a 1, com parciais de 6/3,
7/5, 3/6 e 7/6 (9/7), pôs fim às pretensões do Brasil de continuar entre as melhores seleções do tênis.
Em sua melhor fase na carreira,
Saretta só chegou em condição de
decidir a vaga no último confronto porque Gustavo Kuerten superou um retrospecto ruim nos domingos em que joga a Davis.
Antes do duelo contra o Canadá, Guga, número 17 do ranking
de entradas, havia vencido 11 dos
13 jogos pelo torneio às sextas-feiras, quando os confrontos são
abertos. Já nos domingos, o dia
decisivo de cada confronto, seu
aproveitamento é bem ruim
-ganhou só três de dez partidas.
Ontem, contra Simon Larose,
conseguiu, a muito custo, a quarta
vitória. Kuerten voltou a atuar
mal e não quebrou o serviço do rival nos quatro sets da partida. Jogou três tie-breaks e manteve as
chance brasileiras ao fechar em 3
seta a 1, parciais de 7/6 (7/4), 7/6
(7/4), 3/6 e 7/6 (12/10).
Além do rebaixamento, Kuerten registrou outra marca negativa em Calgary, palco da disputa.
Desde que passou a disputar
torneios de primeira linha, em
1997, ele nunca havia perdido para um rival de ranking tão baixo
-Daniel Nestor, que o bateu na
última sexta em 3 sets a 2, é o 488º
colocado na lista de entradas.
O único alento para o brasileiro
foi a importância histórica do
triunfo de ontem. Agora, Guga
soma 29 vitórias na Davis, uma a
mais do que Cássio Motta. Agora
é o terceiro tenista que mais jogos
venceu pelo Brasil no evento
-perde para Thomaz Koch (74)
e Edison Mandarino (68).
Saretta entrou em quadra logo
depois com a missão de vencer
para assegurar a permanência do
Brasil na elite do torneio.
Logo no primeiro set, foi surpreendido pela energia de Dancevic, que chamava a torcida a cada
ponto que conquistava. O canadense fechou em 6/3.
O ritmo foi o mesmo na segunda etapa. Dancevic continuou
melhor e cravou 7/5.
Quando tudo indicava para a
eliminação em três sets, Saretta
reagiu. Quebrou o serviço do rival, triunfou com um 6 a 3 e iniciou o quarto set bastante motivado. Porém acabou sendo derrotado, após novo tie-break.
Desde o retorno do Brasil à elite
na principal competição da modalidade entre países, em 1997, seleção nunca viu os atletas vencerem os dois jogos do último dia de
disputas quando foram exigidos.
Houve vitória dos dois representantes do país somente quando o confronto já estava decidido,
como no 5 a 0 contra a Nova Zelândia, há seis anos.
Em todas as outras oportunidades, pelo menos um brasileiro
acabou sucumbindo.
A seleção já precisou de duas vitórias no último dia de disputas
contra a Suécia, em fevereiro. Guga, porém, perdeu o primeiro
duelo para Jonas Bjorkman e deu
adeus às chances brasileiras de
prosseguir na competição.
Outro caso emblemático ocorreu em 2001. Em Florianópolis, cidade natal de Kuerten, o Brasil
disputava vaga na semifinal com a
Austrália e precisava de dois
triunfos no domingo. Só que Lleyton Hewitt bateu Guga.
O Brasil jogou repescagens da
Copa Davis em 1997, 1998 e 2002.
Todos os confrontos, contudo, foram realizados em casa e em nenhum deles houve grande dificuldade em despachar os rivais.
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