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São Paulo, segunda-feira, 22 de setembro de 2003

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TÊNIS

País mantém escrita, que se arrasta desde 97, de não vencer dois jogos decisivos no domingo e está fora da elite da Davis

Nova geração sucumbe diante de tabu

DA REPORTAGEM LOCAL

A nova geração teve ontem a chance de quebrar o tabu que a persegue desde 1997: vencer os dois jogos decisivos no último dia de disputas da Copa Davis.
Mas não conseguiu. A derrota de Flávio Saretta para Frank Dancevic no jogo decisivo de ontem por 3 sets a 1, com parciais de 6/3, 7/5, 3/6 e 7/6 (9/7), pôs fim às pretensões do Brasil de continuar entre as melhores seleções do tênis.
Em sua melhor fase na carreira, Saretta só chegou em condição de decidir a vaga no último confronto porque Gustavo Kuerten superou um retrospecto ruim nos domingos em que joga a Davis.
Antes do duelo contra o Canadá, Guga, número 17 do ranking de entradas, havia vencido 11 dos 13 jogos pelo torneio às sextas-feiras, quando os confrontos são abertos. Já nos domingos, o dia decisivo de cada confronto, seu aproveitamento é bem ruim -ganhou só três de dez partidas.
Ontem, contra Simon Larose, conseguiu, a muito custo, a quarta vitória. Kuerten voltou a atuar mal e não quebrou o serviço do rival nos quatro sets da partida. Jogou três tie-breaks e manteve as chance brasileiras ao fechar em 3 seta a 1, parciais de 7/6 (7/4), 7/6 (7/4), 3/6 e 7/6 (12/10).
Além do rebaixamento, Kuerten registrou outra marca negativa em Calgary, palco da disputa.
Desde que passou a disputar torneios de primeira linha, em 1997, ele nunca havia perdido para um rival de ranking tão baixo -Daniel Nestor, que o bateu na última sexta em 3 sets a 2, é o 488º colocado na lista de entradas.
O único alento para o brasileiro foi a importância histórica do triunfo de ontem. Agora, Guga soma 29 vitórias na Davis, uma a mais do que Cássio Motta. Agora é o terceiro tenista que mais jogos venceu pelo Brasil no evento -perde para Thomaz Koch (74) e Edison Mandarino (68).
Saretta entrou em quadra logo depois com a missão de vencer para assegurar a permanência do Brasil na elite do torneio.
Logo no primeiro set, foi surpreendido pela energia de Dancevic, que chamava a torcida a cada ponto que conquistava. O canadense fechou em 6/3.
O ritmo foi o mesmo na segunda etapa. Dancevic continuou melhor e cravou 7/5.
Quando tudo indicava para a eliminação em três sets, Saretta reagiu. Quebrou o serviço do rival, triunfou com um 6 a 3 e iniciou o quarto set bastante motivado. Porém acabou sendo derrotado, após novo tie-break.
Desde o retorno do Brasil à elite na principal competição da modalidade entre países, em 1997, seleção nunca viu os atletas vencerem os dois jogos do último dia de disputas quando foram exigidos.
Houve vitória dos dois representantes do país somente quando o confronto já estava decidido, como no 5 a 0 contra a Nova Zelândia, há seis anos.
Em todas as outras oportunidades, pelo menos um brasileiro acabou sucumbindo.
A seleção já precisou de duas vitórias no último dia de disputas contra a Suécia, em fevereiro. Guga, porém, perdeu o primeiro duelo para Jonas Bjorkman e deu adeus às chances brasileiras de prosseguir na competição.
Outro caso emblemático ocorreu em 2001. Em Florianópolis, cidade natal de Kuerten, o Brasil disputava vaga na semifinal com a Austrália e precisava de dois triunfos no domingo. Só que Lleyton Hewitt bateu Guga.
O Brasil jogou repescagens da Copa Davis em 1997, 1998 e 2002. Todos os confrontos, contudo, foram realizados em casa e em nenhum deles houve grande dificuldade em despachar os rivais.



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