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acabou
Após 14 anos, era Dualib chega ao fim
Presidente que comandava
o clube desde 1993 renuncia
Corinthians elegerá novo
dirigente em 9 de outubro
Fernando Pilatos/Gazeta Press
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Carlos Senger, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, e a carta de renúncia de Dualib |
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de 14 anos, a era Alberto Dualib, 87, chegou ao fim
no Corinthians. Anteontem à
noite, ele e o vice Nesi Curi, 82,
entregaram cartas de renúncia
ao presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Senger.
A dupla havia decidido a saída em reunião com o advogado
José Luiz Toloza horas antes.
Com a renúncia, Senger marcou eleições para presidente
em 9 de outubro. O vencedor
cumprirá o restante do mandato de Dualib, que se encerra em
fevereiro de 2009. O pleito definirá também a escolha de um
vice-presidente eleito.
"O Corinthians é uma agremiação pujante que se formou
em São Paulo e não merece sofrer tal depreciação e ser alvo
de chacotas", comentou Senger, antes de pedir ao seu secretário para ler as cartas de renúncia de Dualib e Nesi.
Até 9 de outubro, o cargo de
presidente continua sendo
ocupado por Clodomil Orsi,
que é vice eleito, assim como
Wilson Bento. Após a escolha
do novo mandatário corintiano, Orsi e Bento cumprirão
seus mandatos como vices até
fevereiro de 2009.
Desde 1993 no cargo, a gestão
Dualib foi marcada por títulos e
muitos escândalos. Foram os
últimos, aliás, que culminaram
no pedido de renúncia do cartola, que estava afastado pelo
conselho.
Comissão do clube já havia
determinado que os dois dirigentes seriam submetidos a
processo de impeachment no
clube. Listou seis razões para a
destituição de ambos: má gestão, suspeita de enriquecimento ilícito, processo na Justiça
Federal, sonegação fiscal, liberação de atletas sem contrapartida ao clube e fraude na demissão de funcionários.
Como resultado da turbulenta parceria com a MSI, do iraniano Kia Joorabchian, Dualib
e Nesi acabaram réus em processo na Justiça Federal por lavagem de dinheiro e formação
de quadrilha após investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal sobre
o acordo com a empresa.
A situação dos cartolas se
complicou após a Folha revelar, em 9 de setembro, os grampos da operação da PF.
A dupla também está sendo
investigada pela Polícia Civil e
pelo Ministério Público de SP
devido a um esquema de emissão de notas frias no Corinthians que os teria beneficiado.
Em sua carta de renúncia,
Dualib disse estar "atormentado por um sentimento de injustiça que me persegue" e afirmou que, no Brasil, "inocente é
culpado até que se prove o contrário". "Sou um vitorioso derrotado", afirmou o cartola, ressaltando que a renúncia foi um
pedido de seus familiares. Há
tempos vinha sendo pressionado por eles para abandonar o
clube do Parque São Jorge.
A carta de Nesi foi mais curta. Ele afirmou que renunciou
em solidariedade a Dualib. Ontem, à Folha, Nesi afirmou que
Dualib não soube a hora certa
de deixar o cargo.
"Tenho a consciência tranqüila, dei muito de mim ao Corinthians. Se pudesse voltar
atrás, teria feito tanta coisa de
outra maneira. Teria impedido
que gente estranha ao Corinthians nos tivesse levado a esta
situação constrangedora. Teria
ouvido mais meus amigos", declarou Nesi, que recebeu vários
telefonemas de conselheiros e
de parentes após o anúncio de
sua saída do clube alvinegro.
Dualib, segundo pessoas próximas a ele, viajou para seu sítio em Itapecerica da Serra (a
33 km da capital). O cartola deve descansar lá até segunda.
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