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BASQUETE NO MUNDO
Loja americana
MELCHIADES FILHO
Sacoleiros, atenção! A NBA
inaugurou na sexta-feira sua
primeira loja. São quase 1,5 mil
metros quadrados em três andares no coração de Manhattan, mais de mil produtos inspirados na liga e em seus times
-de camisetas a relógios de
grife (Breitling e Bulova), de
chupetas a lençóis e cuecas.
É a primeira iniciativa de
uma liga esportiva nos EUA na
área de comércio direto.
Como tudo na NBA termina
em entretenimento, a loja é barulhenta e seu design mistura
motivos de quadras, ginásios e
playgrounds a brinquedos dignos de uma Disneylândia eletrônica (painéis gigantes de TV,
jogos virtuais etc).
Nesse sentido, ilustra bem a
psicodelia que contaminou o
esporte nos EUA -e que o Brasil começa canhestramente a
imitar (anteontem, o intervalo
de Palmeiras x COC/Ribeirão
apresentou um show de dança
do ventre...). Como os ingressos
para os jogos são cada vez mais
raros, e caros, um pulinho na
NBA Store seria "didático".
Lembre-se, ainda, que um
chaveirinho comprado hoje pode adquirir um valor inestimável no futuro, como uma lembrança do apogeu da liga.
Afinal, a greve patronal, contra o contrato coletivo em vigor,
já dura dez semanas e não há
sinais de acordo. Locautes similares deixaram sequelas graves
em campeonatos de beisebol,
hóquei e futebol americano. Por
que seria diferente com o basquete, no exato ano em que seu
maior ídolo (Michael Jordan)
anuncia sua aposentadoria?
A própria NBA, considerada
um prodígio de marketing, assinou um recibo dessa má fase ao
realizar a inauguração de sua
megaloja em total silêncio.
Interessou-se? A NBA Store fica no número 666 (o número da
Besta!) da 5ª Avenida, esquina
com a 52 St. A poucas quadras
do Central Park, o ponto é considerado maldito pelos comerciantes de Nova York -todos
os estabelecimentos anteriores
acabaram falindo.
NOTAS
Liquidação 1
O calendário 98/99 da NBA
começou a desmoronar nesta
semana, com o adiamento do
retorno dos atletas aos treinos.
Com isso, é muito difícil que a
temporada seja iniciada na data prevista (3/11). Times e jogadores agora aguardam a definição da Justiça Esportiva acerca
do locaute para, eventualmente, retomar as negociações. O
tribunal tem mais três semanas
para proferir uma sentença.
Liquidação 2
Também foi para o brejo o
curso preparatório que a liga
desenvolve anualmente com
seus novos jogadores. Nessas
aulas, os calouros aprendem a
investir seu salário, lidar com o
assédio de fãs etc.
Liquidação 3
A NBA, por fim, está sendo
obrigada a cancelar as partidas
de exibição no exterior. Miami
Heat x Maccabi, em Israel, foi a
primeira vítima.
E-mail:²melk@uol.com.br
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