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Argentina tenta paralisar Mercosul com escândalo
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
RODRIGO BERTOLOTTO
da Reportagem Local
Aproveitando-se do escândalo
Hiroshi no Brasil, o Boca Juniors
fez uma solicitação para a Confederação Sul-Americana para ganhar os pontos do jogo contra o
São Paulo, em 8 de setembro, empate por 1 a 1, pela Copa Mercosul.
Apesar de Sandro Hiroshi ter ficado no banco naquela partida, a
equipe argentina alega que, se a
Comissão Disciplinar da CBF
considerou irregular sua presença
no Brasileiro, ele também não poderia ter participado da Mercosul.
Segundo Pedro Wolanik, advogado do Boca, o simples fato de o
atacante ter ficado no banco seria
suficiente para a equipe ficar com
os três pontos do jogo e passar para as quartas-de-final do torneio.
O Boca terminou a primeira fase empatado em todos os critérios
com o Corinthians, e um sorteio
deu a vaga ao time brasileiro.
Mas ontem mesmo a CSF respondeu que a revisão dos pontos
não poderia ser feita porque há
um prazo de dez dias após a partida para o clube insatisfeito apresentar seu protesto.
O vice-presidente do Boca, Roberto Digón, e o advogado Pedro
Wolanik procuraram o diretor-geral da CSF, Eduardo Deluca,
que após uma consulta ao setor
jurídico da entidade, negou a possibilidade de os argentinos recorrerem dos pontos.
A Mercosul, torneio que teve no
ano passado sua primeira edição,
é organizada pela Traffic, empresa de marketing esportivo de J.
Hawilla, que tem 49% de suas cotas em mãos do HMTF, fundo de
investimentos norte-americano
detentor do controle do departamento de futebol do Corinthians.
A direção da empresa, no entanto, nega veementemente ter tido qualquer interferência na decisão da CSF, que acabou, ao vetar a
hipótese de os três pontos do jogo
contra o São Paulo irem para o
Boca, favorecendo o Corinthians.
Já o São Paulo, justamente por
estar eliminado do torneio, comemorou a tentativa do Boca de ficar
com os três pontos, o que poderia,
até que o julgamento da questão
acontecesse, paralisar a Mercosul.
A Folha apurou que a direção
do clube paulista espera que a iniciativa do Boca force a CBF a lhe
dar ganho de causa contra o Botafogo-RJ. Ela acha que quanto
mais a polêmica no Brasileiro-99
ganhar repercussão internacional
e ameaçar fugir da alçada da CBF,
maiores serão as chances do São
Paulo no tribunal, pois aposta que
a decisão será política.
Além da participação do atacante na Mercosul, a CSF começou a discutir ontem mesmo o
outro caso que envolve o jogador,
que disputou o Sul-Americano
juvenil de 1997, pelo Brasil, com
idade acima do limite.
A entidade já está com os documentos de Hiroshi enviados pela
CBF em mãos, os quais mostrariam que, para a entidade, o atacante nasceu em 1980, não em
1979, e poderia disputar a competição. A CBF alega que, se Hiroshi
fraudou seus documentos, ela
não teve responsabilidade alguma
e a culpa seria toda do jogador.
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