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Presidente da Fifa
rejeita teto salarial
da Reportagem Local
e das agências internacionais
O presidente da Fifa, Joseph
Blatter, descartou tabelar os salários dos jogadores de futebol.
Sua opinião é contrária à dos
executivos de algumas das mais
importantes ligas européias, como a francesa e a inglesa.
Vai em direção oposta também
à esboçada pela Uefa, a entidade
que comanda o futebol europeu.
Os defensores do teto salarial
argumentam que os valores
atuais estão acima da capacidade
de pagamento dos clubes.
A questão já afetou a NBA, a liga norte-americana de basquete.
Seu último torneio esteve seriamente ameaçado de não acontecer porque não havia acordo entre atletas e donos de equipes a
respeito da implantação de limites salariais, por fim adotados.
"Não devemos copiar o esporte
norte-americano nesse sentido. A
única coisa que deveríamos copiar deles é a adoção de árbitros
profissionais", afirmou Blatter.
"É a lei da oferta e da procura, é
o negócio. O mercado é que vai
decidir. Um dia, não haverá dinheiro suficiente e os salários serão reduzidos", disse Blatter.
O presidente da Fifa, no entanto, encontra resistência a sua posição até mesmo dentro da entidade máxima do futebol.
Michel Zen-Ruffinen, secretário-geral da entidade e braço direito de Blatter, já defendeu a
adoção de limites aos salários e
aos valores das transferências.
"Há um risco de saturação no
futebol de alto nível. Os valores
das transferências estão dez vezes
mais altos do que eram uma década atrás", disse Zen-Ruffinen.
Na liga inglesa, por exemplo, já
se constataram aumentos médios
de cerca de 40% nos salários de
uma temporada para outra.
Investigação
A Comissão Européia, braço
executivo da União Européia, iniciou investigação sobre as normas da Fifa em relação aos empresários de futebol.
Para a comissão, os regulamentos da Fifa criam empecilhos desnecessários à profissão e dificultam a concorrência. "As regras da
Fifa impedem de trabalhar pessoas que cumpririam os requisitos necessários", disse Stefan Rating, porta-voz da comissão.
Em defesa, a Fifa, que deverá
enviar uma resposta em dois meses, disse que já há algum tempo
instalou um grupo de trabalho
que vem estudando mudanças
em suas normas.
De qualquer forma, a decisão da
Comissão Européia de abrir uma
investigação pode resultar em
uma longa batalha jurídica e até
mesmo em uma pesada multa à
entidade que controla o futebol.
A Fifa iniciou há quatro anos
um processo para regulamentar a
profissão, depois de diversos problemas surgidos com empresários ao redor do mundo, acusados
de violar direitos de jogadores, sobretudo das revelações vindas de
países africanos.
Entre outras coisas, impôs aos
agentes de jogadores a necessidade de fazer um depósito bancário
de US$ 135 mil para receberem
permissão para trabalhar como
empresários de futebol.
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