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JUDÔ
Torneio classifica dois de cada categoria para a Paraolimpíada de Sydney-2000
Organizados, cegos lutam no Pan
FERNANDO ITOKAZU
da Reportagem Local
A seleção brasileira de judô de
cegos disputa hoje e amanhã, em
Colorado Springs (EUA), o Pan-Americano, classificatório para a
Paraolimpíada de Sydney-2000.
Apesar de não contar com patrocínio, a ABDC (Associação
Brasileira de Desportos para Cegos) ofereceu aos integrantes da
equipe que estão nos EUA uma
estrutura superior a utilizada pelos atletas sem problemas de visão
ligados à CBJ (Confederação Brasileira de Judô).
A viagem para Colorado foi custeada pelo Indesp (Instituto Nacional de Desenvolvimento do
Desporto), órgão ligado ao Ministério do Esporte.
Os atletas convencionais desembolsaram US$ 2.050 para disputar o Mundial de Birmingham
(ING), no início do mês. A CBJ
também não possui patrocínio e
está impossibilitada de receber
verbas do governo por malversação do dinheiro público.
Ainda com dinheiro do Indesp,
os cegos tiveram uma semana de
concentração em São Paulo, onde
ficaram hospedados em um hotel.
Na preparação para o Pan de
Winnipeg, os atletas da CBJ ficaram alojados no centro de treinamento da entidade, no Rio de Janeiro, onde os próprios atletas
eram os responsáveis pela limpeza de banheiros e alojamentos.
A delegação que está nos EUA
tem sete atletas e conta com o
apoio de técnico, auxiliar técnico
e um chefe de delegação.
Na Inglaterra, a seleção era formada por 14 atletas, e o técnico
Geraldo Bernardes, único membro da delegação brasileira além
dos judocas, precisou acumular
funções burocráticas.
""Para conseguir o apoio do Indesp precisamos cumprir alguns
procedimentos burocráticos, como apresentar calendários e planos de treinamento, mas não é
nada fora do comum", declarou
David Farias Costa, 32, vice-presidente da ABDC.
Apesar da ajuda governamental, membros da seleção brasileira
dizem que a situação poderia ser
muito melhor. ""Com apoio da
iniciativa privada, poderíamos
disputar mais competições internacionais", disse o meio-médio
Alessandro Fabiano de Oliveira,
27, bronze no Mundial de 95.
Para garantir participação na
Paraolimpíada de Sydney-2000,
os brasileiros precisam ficar entre
os dois primeiros no Pan.
""Apesar de termos três atletas
que estarão estreando em competições internacionais, temos condições de conquistar sete vagas",
afirmou o auxiliar técnico Alexandre Toledo da Silva.
Hoje acontecem as disputas nas
categorias ligeiro (até 60 kg),
meio-leve (até 66 Kg) e leve (até 73
kg). O Brasil compete com Helder
Maciel Araújo e os calouros Roberto Paixão e Silvio Rezende.
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