São Paulo, Sexta-feira, 22 de Outubro de 1999
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JUDÔ
Torneio classifica dois de cada categoria para a Paraolimpíada de Sydney-2000
Organizados, cegos lutam no Pan

FERNANDO ITOKAZU
da Reportagem Local

A seleção brasileira de judô de cegos disputa hoje e amanhã, em Colorado Springs (EUA), o Pan-Americano, classificatório para a Paraolimpíada de Sydney-2000.
Apesar de não contar com patrocínio, a ABDC (Associação Brasileira de Desportos para Cegos) ofereceu aos integrantes da equipe que estão nos EUA uma estrutura superior a utilizada pelos atletas sem problemas de visão ligados à CBJ (Confederação Brasileira de Judô).
A viagem para Colorado foi custeada pelo Indesp (Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto), órgão ligado ao Ministério do Esporte.
Os atletas convencionais desembolsaram US$ 2.050 para disputar o Mundial de Birmingham (ING), no início do mês. A CBJ também não possui patrocínio e está impossibilitada de receber verbas do governo por malversação do dinheiro público.
Ainda com dinheiro do Indesp, os cegos tiveram uma semana de concentração em São Paulo, onde ficaram hospedados em um hotel.
Na preparação para o Pan de Winnipeg, os atletas da CBJ ficaram alojados no centro de treinamento da entidade, no Rio de Janeiro, onde os próprios atletas eram os responsáveis pela limpeza de banheiros e alojamentos.
A delegação que está nos EUA tem sete atletas e conta com o apoio de técnico, auxiliar técnico e um chefe de delegação.
Na Inglaterra, a seleção era formada por 14 atletas, e o técnico Geraldo Bernardes, único membro da delegação brasileira além dos judocas, precisou acumular funções burocráticas.
""Para conseguir o apoio do Indesp precisamos cumprir alguns procedimentos burocráticos, como apresentar calendários e planos de treinamento, mas não é nada fora do comum", declarou David Farias Costa, 32, vice-presidente da ABDC.
Apesar da ajuda governamental, membros da seleção brasileira dizem que a situação poderia ser muito melhor. ""Com apoio da iniciativa privada, poderíamos disputar mais competições internacionais", disse o meio-médio Alessandro Fabiano de Oliveira, 27, bronze no Mundial de 95.
Para garantir participação na Paraolimpíada de Sydney-2000, os brasileiros precisam ficar entre os dois primeiros no Pan.
""Apesar de termos três atletas que estarão estreando em competições internacionais, temos condições de conquistar sete vagas", afirmou o auxiliar técnico Alexandre Toledo da Silva.
Hoje acontecem as disputas nas categorias ligeiro (até 60 kg), meio-leve (até 66 Kg) e leve (até 73 kg). O Brasil compete com Helder Maciel Araújo e os calouros Roberto Paixão e Silvio Rezende.


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