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FUTEBOL
Rogério segura 1 a 0 na Lusa e ajuda diretoria, que o havia punido, a não ter de quebrar palavra e demitir técnico
Desafeto evita "saia-justa" no São Paulo
RICARDO PERRONE
ENVIADO A SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP)
A diretoria do São Paulo escapou ontem de uma situação delicada graças à vitória por 1 a 0, com
gol de França, sobre a Lusa, em
São José do Rio Preto (SP).
Antes do jogo, o presidente do
clube do Morumbi, Paulo Amaral, havia assegurado a permanência do técnico Nelsinho Baptista, mesmo se a equipe fracassasse de novo no Brasileiro. Mas
até conselheiros da situação duvidavam que isso fosse possível.
Os dirigentes têm de agradecer
a um desafeto, Rogério, que, com
suas defesas, segurou o 1 a 0 e permitiu a quebra do jejum de sete
jogos sem vencer. O goleiro chegou a ficar 28 dias suspenso por
causa de disputa com a diretoria.
A Lusa atuou melhor e teria
vencido se não fosse Rogério.
A vitória colocou o São Paulo
novamente entre os oito que
avançam de fase. Passou para a
oitava posição, com 29 pontos.
Apesar de amenizar a crise no
clube e manter o emprego de Nelsinho, o resultado não diminuiu a
revolta da torcida. Irritados com o
fraco desempenho ontem, torcedores pediram contratações de
reforços e vaiaram o time.
A Lusa foi mais ofensiva do que
o rival desde o início do clássico.
Mas, em seu primeiro ataque, o
São Paulo abriu o placar. Kaká tocou de calcanhar para França
chutar e fazer 1 a 0, aos 4min.
A forte chuva nos primeiros minutos atrapalhou as duas equipes
nas conclusões e passes. O gramado ficou alagado rapidamente.
Depois do gol, a Lusa continuou
com a posse de bola por mais
tempo. O São Paulo optou pelos
contra-ataques, mas dessa vez teve a rapidez que não conseguira
apresentar em partidas anteriores. Kaká, França e Dill eram os
responsáveis pelos avanços.
Aos poucos, as jogadas ofensivas são-paulinas se tornaram escassas e a pressão do adversário
aumentou. A Lusa, que chegou ao
jogo como o clube que menos finaliza no Brasileiro, conseguiu
chutar a gol com mais facilidade
do que em confrontos anteriores.
Rogério fez pelo menos cinco
difíceis defesas na etapa inicial.
Com mais velocidade para fugir
da marcação, o time do Canindé
teria criado ainda mais chances.
Os são-paulinos, que atuaram
com o júnior Júlio Santos, Maldonado e Emerson na zaga, preocuparam-se mais em se defender até
o término do primeiro tempo.
Essa formação dos zagueiros foi
necessária por causa das suspensões de Jean e Reginaldo e do afastamento de Rogério Pinheiro.
A segunda etapa começou do
mesmo jeito que a primeira terminou: com as difíceis defesas de
Rogério. A Lusa teve mais facilidade para concluir as jogadas.
Em poucos minutos, a equipe já
havia criado quatro chances.
Os volantes e os meias do time
do Canindé levaram vantagem na
maioria dos lances no setor de
meio-campo. Apesar de o rival
usar três zagueiros, Ricardo Oliveira e Lúcio tiveram facilidade
para receber a bola no ataque.
Além de parar nas defesas de
Rogério, a Lusa foi atrapalhada
pelos erros nas finalizações.
A equipe contou com as falhas
dos são-paulinos na saída de bola
para criar as jogadas ofensivas.
Como acontecera nas partidas
anteriores, o São Paulo errou passes em excesso. Com medo de
perder a bola em seu campo de
defesa, abusou das bolas recuadas, que irritaram sua torcida.
A Lusa só conseguiu manter o
ritmo até a metade do segundo
tempo. Após isso, criou menos,
apesar de seguir mais ofensiva.
Nelsinho tirou Dill, que não
rendia como nos primeiros minutos da etapa anterior e colocou
Luis Fabiano. Em seguida, reforçou a marcação com Fábio Simplício no lugar de Júlio Baptista.
Nos últimos minutos, a Lusa
voltou a pressionar. Também se
repetiram as defesas de Rogério e
as finalizações para fora.
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