São Paulo, segunda-feira, 22 de outubro de 2001

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FUTEBOL

Rogério segura 1 a 0 na Lusa e ajuda diretoria, que o havia punido, a não ter de quebrar palavra e demitir técnico

Desafeto evita "saia-justa" no São Paulo

RICARDO PERRONE
ENVIADO A SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP)

A diretoria do São Paulo escapou ontem de uma situação delicada graças à vitória por 1 a 0, com gol de França, sobre a Lusa, em São José do Rio Preto (SP). Antes do jogo, o presidente do clube do Morumbi, Paulo Amaral, havia assegurado a permanência do técnico Nelsinho Baptista, mesmo se a equipe fracassasse de novo no Brasileiro. Mas até conselheiros da situação duvidavam que isso fosse possível. Os dirigentes têm de agradecer a um desafeto, Rogério, que, com suas defesas, segurou o 1 a 0 e permitiu a quebra do jejum de sete jogos sem vencer. O goleiro chegou a ficar 28 dias suspenso por causa de disputa com a diretoria. A Lusa atuou melhor e teria vencido se não fosse Rogério. A vitória colocou o São Paulo novamente entre os oito que avançam de fase. Passou para a oitava posição, com 29 pontos. Apesar de amenizar a crise no clube e manter o emprego de Nelsinho, o resultado não diminuiu a revolta da torcida. Irritados com o fraco desempenho ontem, torcedores pediram contratações de reforços e vaiaram o time. A Lusa foi mais ofensiva do que o rival desde o início do clássico. Mas, em seu primeiro ataque, o São Paulo abriu o placar. Kaká tocou de calcanhar para França chutar e fazer 1 a 0, aos 4min. A forte chuva nos primeiros minutos atrapalhou as duas equipes nas conclusões e passes. O gramado ficou alagado rapidamente. Depois do gol, a Lusa continuou com a posse de bola por mais tempo. O São Paulo optou pelos contra-ataques, mas dessa vez teve a rapidez que não conseguira apresentar em partidas anteriores. Kaká, França e Dill eram os responsáveis pelos avanços. Aos poucos, as jogadas ofensivas são-paulinas se tornaram escassas e a pressão do adversário aumentou. A Lusa, que chegou ao jogo como o clube que menos finaliza no Brasileiro, conseguiu chutar a gol com mais facilidade do que em confrontos anteriores. Rogério fez pelo menos cinco difíceis defesas na etapa inicial. Com mais velocidade para fugir da marcação, o time do Canindé teria criado ainda mais chances. Os são-paulinos, que atuaram com o júnior Júlio Santos, Maldonado e Emerson na zaga, preocuparam-se mais em se defender até o término do primeiro tempo. Essa formação dos zagueiros foi necessária por causa das suspensões de Jean e Reginaldo e do afastamento de Rogério Pinheiro. A segunda etapa começou do mesmo jeito que a primeira terminou: com as difíceis defesas de Rogério. A Lusa teve mais facilidade para concluir as jogadas. Em poucos minutos, a equipe já havia criado quatro chances. Os volantes e os meias do time do Canindé levaram vantagem na maioria dos lances no setor de meio-campo. Apesar de o rival usar três zagueiros, Ricardo Oliveira e Lúcio tiveram facilidade para receber a bola no ataque. Além de parar nas defesas de Rogério, a Lusa foi atrapalhada pelos erros nas finalizações. A equipe contou com as falhas dos são-paulinos na saída de bola para criar as jogadas ofensivas. Como acontecera nas partidas anteriores, o São Paulo errou passes em excesso. Com medo de perder a bola em seu campo de defesa, abusou das bolas recuadas, que irritaram sua torcida. A Lusa só conseguiu manter o ritmo até a metade do segundo tempo. Após isso, criou menos, apesar de seguir mais ofensiva. Nelsinho tirou Dill, que não rendia como nos primeiros minutos da etapa anterior e colocou Luis Fabiano. Em seguida, reforçou a marcação com Fábio Simplício no lugar de Júlio Baptista. Nos últimos minutos, a Lusa voltou a pressionar. Também se repetiram as defesas de Rogério e as finalizações para fora.



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