DA REPORTAGEM LOCAL

Wanderley Luxemburgo resolveu quebrar o silêncio e se defender das acusações de que é um dos responsáveis pelo rebaixamento do Palmeiras à segunda divisão.
O técnico cruzeirense, que comandou uma reformulação no clube paulista e o deixou após a primeira rodada do Nacional, disse ontem, à rádio Bandeirantes, que "estão querendo fazer transferência de responsabilidade".
"Eu não sou culpado de nada", disse Luxemburgo, que responsabilizou o presidente Mustafá Contursi pela queda à Série B.
Segundo ele, a "última palavra" sempre foi do dirigente palmeirense e, por isso, não foi ele, e sim a diretoria a responsável pela dispensa de atletas como Galeano, Claudecir, Magrão e Fernando.
Luxemburgo reclamou também que não teve seus pedidos atendidos. "Acertei com o Romário por US$ 400 mil, menos do que ele acertou com o Fluminense, mas o Mustafá não quis."
O ex-técnico palmeirense criticou ainda a estrutura do clube, principalmente a sala de fisioterapia. Também fez críticas a Levir Culpi, que dirigiu o time por 19 rodadas no Brasileiro.
"O Candinho assumiu o Bahia na zona de rebaixamento, o Nelsinho foi para o Goiás, o Hélio dos Anjos pegou o Paysandu. Ninguém caiu", disse, citando a reformulação que fez no Corinthians.
"Lá fiz a mesma coisa, o time foi campeão da Copa do Brasil e do Rio-SP, e disseram que era o Corinthians do Parreira. No Palmeiras, eu montei o time e fui culpado pelo rebaixamento."
Dentro do Palmeiras, Luxemburgo virou unanimidade. Tanto o atual presidente como o pré-candidato à presidência do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, concordam que o técnico foi um dos principais responsáveis pelo fracasso no Brasileiro.
"O Luxemburgo parece que tem vocação para carrasco, operador de guilhotina", afirmou Belluzzo.
O próprio Contursi, antes de o time ser rebaixado, disse à Folha que "o principal motivo [para a má campanha] foi a perda dos nossos três principais volantes [Galeano, Magrão e Claudecir], numa planificação técnica".


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