São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 2002

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BASQUETE

Há 21 partidas sem perder, Ribeirão Preto possui melhor sequência desde as 35 vitórias do Franca, dez anos atrás

Paulista vê maior série invicta desde 1992

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em um Paulista masculino que prometia equilíbrio, o COC/Ribeirão Preto desponta com uma surpreendente invencibilidade na competição. Já são 20 jogos sem perder no Estadual-2002 -a equipe joga hoje, em casa, contra o lanterna Santo André.
Contando o Paulista-2001, a campanha invicta vai a 21 jogos -a última derrota foi para o Uniara/Araraquara, na terceira partida da final do ano passado.
Para o técnico Aluísio Ferreira, o Lula, porém, a série de vitórias no campeonato foi um acaso.
"Não buscávamos essa invencibilidade. Nosso objetivo é acabarmos a fase de classificação em primeiro para termos vantagem nos mata-matas. Nossa invencibilidade é ocasional, mas sempre vamos jogar para ganhar", disse ele.
O COC/Ribeirão perdeu vários jogadores em relação ao time que foi semifinalista do Nacional. Saíram o armador Álvaro, os alas Guilherme, Jefferson e Saviani e o pivô Rodrigo Bahia. Para compensar, contratou o pivô Tiagão.
"Mesmo assim, o time ainda é forte. O entrosamento é bom, e novos atletas estão aparecendo", disse o ala Alex, dono do melhor aproveitamento nos arremessos de dois pontos (73,4% de acerto) e maior roubador de bolas do torneio (média de 3,3 por jogo).
Com uma base lançada ao adulto em Ribeirão Preto -casos de Nezinho, Alex e Renato-, a equipe tem superado seus adversários com relativa facilidade.
O clube possui o melhor ataque (média de 100,4 pontos marcados por jogo) e a melhor defesa (77,9 pontos sofridos por partida).
"Fazemos os atletas focarem cada jogo separadamente. Damos o mesmo valor para confrontos contra times pequenos, médios e grandes", afirmou Lula.
"Procuro fazer os jogadores ficarem tão motivados em um jogo no interior, onde há muita torcida, quanto na capital, onde os ginásios normalmente ficam vazios", completou o treinador.
Além disso, Lula acredita que as opções que conta no banco ajudam a equipe a manter um padrão durante toda a partida.
"Bauru perdeu para nós a última semifinal do Paulista porque tinha poucas opções de revezamento. O time titular era bom, mas não havia muitos reservas. No Nacional, eles reforçaram seu banco e conquistaram o título", lembrou o treinador.
Na última partida do Ribeirão Preto, anteontem, diante do Paulistano (vitória por 98 a 69), Lula chegou a trocar os cinco titulares de uma só vez, além de fazer uso dos 12 jogadores relacionados.
"Precisamos dar tempo de quadra a todos. Eles serão importantes nos mata-matas ou no caso de alguma contusão", justificou.
Por falta de registros, a FPB (Federação Paulista de Basquete) já divulgou que essa é, provavelmente, a maior série invicta conseguida por um time no torneio. O suposto recorde é endossado pelo técnico do Ribeirão Preto.
"O COC mandou um representante pesquisar nos arquivos da federação. Não dá para dizer que é a maior invencibilidade da história da competição, mas podemos falar que desde a década de 90 ninguém conseguiu uma série assim", disse o treinador.
No entanto, o All Star-Sabesp/ Franca obteve um feito superior no Paulista de 1992. Na ocasião, foram 35 vitórias seguidas, até a conquista do título, ao bater o Banespa/Jales na final por 80 a 78.
"O time só perdeu na estréia, contra o Palmeiras", lembra Sérgio Aleixo, historiador do Franca.


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