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GINÁSTICA
Ginasta, que ganhou o ouro no Mundial-03 com o duplo twist carpado, radicaliza dificuldade do movimento
Daiane lapida novo salto para Atenas-04
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O duplo twist carpado, que fez
de Daiane dos Santos, 20, a primeira brasileira a conquistar uma
medalha de ouro em Mundiais,
nasceu com os dias contados.
Mesmo antes de ver sua criação
fazer história e, em seguida, dizer
que ela estava ultrapassada, o técnico ucraniano Oleg Ostapenko já
preparava sua pupila para radicalizar ainda mais o movimento.
A atleta gaúcha já executa com
relativa facilidade o duplo twist
esticado. Com o novo salto, ela
pretende mais uma vez encantar o
mundo e buscar outro feito inédito: a primeira medalha de uma ginasta brasileira em Olimpíadas.
"Antes do Mundial [disputado
em agosto, nos EUA] o Oleg já havia dito que eu faria esse salto,
mas só comecei a treinar depois
da medalha", contou a ginasta.
Quando executava o "Dos Santos" -nome adotado pela Federação Internacional de Ginástica
para o duplo twist-, Daiane, do
alto de seu 1,44 m, fazia um mortal
duplo com as pernas esticadas, o
quadril flexionado e as mãos na
altura dos joelhos.
No novo movimento, o corpo
ficará completamente estendido.
Como na primeira versão, é um
salto "Super E": possui grau máximo de dificuldade.
"O grau de dificuldade é muito
maior. Nunca vi nenhuma mulher saltar assim, talvez só alguns
homens o façam", afirmou Eliane
Martins, dirigente do Comitê Técnico da confederação brasileira.
Daiane só vai começar a executar o salto no ano que vem. Antes
da Olimpíada de 2004, pode tentar fazê-lo em alguns torneios.
"O objetivo mesmo é Atenas. O
Oleg está preparando a Daiane
desde antes do Mundial. Ele pensa sempre à frente. Sabe que detalhes podem fazer diferença."
A ginasta ainda não executa o
duplo twist esticado fora do fosso
-um buraco com colchões de espuma-, para evitar acidentes e
contusões, mas tem obtido êxito
em quase todas as tentativas.
"Hoje [ontem] eu consegui de
primeira", contou ela, referindo-se à gravação de uma reportagem
para a TV. "Demorei entre um
mês e um mês e meio para fazer
direito. Antes, caí muitas vezes."
Por causa da dificuldade que
ainda tem, a ginasta não levará o
novo movimento na bagagem para a Alemanha. Na terça-feira, ela
embarca para a disputa de uma
etapa da Copa do Mundo.
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