UOL


São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GINÁSTICA

Ginasta, que ganhou o ouro no Mundial-03 com o duplo twist carpado, radicaliza dificuldade do movimento

Daiane lapida novo salto para Atenas-04

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O duplo twist carpado, que fez de Daiane dos Santos, 20, a primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro em Mundiais, nasceu com os dias contados.
Mesmo antes de ver sua criação fazer história e, em seguida, dizer que ela estava ultrapassada, o técnico ucraniano Oleg Ostapenko já preparava sua pupila para radicalizar ainda mais o movimento.
A atleta gaúcha já executa com relativa facilidade o duplo twist esticado. Com o novo salto, ela pretende mais uma vez encantar o mundo e buscar outro feito inédito: a primeira medalha de uma ginasta brasileira em Olimpíadas.
"Antes do Mundial [disputado em agosto, nos EUA] o Oleg já havia dito que eu faria esse salto, mas só comecei a treinar depois da medalha", contou a ginasta.
Quando executava o "Dos Santos" -nome adotado pela Federação Internacional de Ginástica para o duplo twist-, Daiane, do alto de seu 1,44 m, fazia um mortal duplo com as pernas esticadas, o quadril flexionado e as mãos na altura dos joelhos.
No novo movimento, o corpo ficará completamente estendido. Como na primeira versão, é um salto "Super E": possui grau máximo de dificuldade.
"O grau de dificuldade é muito maior. Nunca vi nenhuma mulher saltar assim, talvez só alguns homens o façam", afirmou Eliane Martins, dirigente do Comitê Técnico da confederação brasileira.
Daiane só vai começar a executar o salto no ano que vem. Antes da Olimpíada de 2004, pode tentar fazê-lo em alguns torneios.
"O objetivo mesmo é Atenas. O Oleg está preparando a Daiane desde antes do Mundial. Ele pensa sempre à frente. Sabe que detalhes podem fazer diferença."
A ginasta ainda não executa o duplo twist esticado fora do fosso -um buraco com colchões de espuma-, para evitar acidentes e contusões, mas tem obtido êxito em quase todas as tentativas.
"Hoje [ontem] eu consegui de primeira", contou ela, referindo-se à gravação de uma reportagem para a TV. "Demorei entre um mês e um mês e meio para fazer direito. Antes, caí muitas vezes."
Por causa da dificuldade que ainda tem, a ginasta não levará o novo movimento na bagagem para a Alemanha. Na terça-feira, ela embarca para a disputa de uma etapa da Copa do Mundo.


Texto Anterior: Futebol - José Geraldo Couto: Parreira e os tempos
Próximo Texto: Basquete: Oscar larga projeto de liga independente
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.