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Ensaio de 2014 prevê Copa elitizada
Estacionamentos permitidos cobram R$ 100 por carro, e só torcedor VIP tem cardápio reforçado dentro do Morumbi
Operação da prefeitura coíbe comércio informal e eleva preços de produtos
e serviços no entorno da arena candidata à abertura
LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
O primeiro jogo do Brasil em
casa depois de o país ter sido
anunciado como sede da Copa
de 2014 foi muito mais elitizado que costumam ser as partidas de futebol no país. Porém,
ainda que minimizados, alguns
tradicionais contratempos se
repetiram -no caso da dificuldade para estacionar o carro,
até se agravaram.
A chegada dos 65.379 pagantes lembrava a chegada do público a um show musical, como
os que o Morumbi também recebe eventualmente.
O número de mulheres e
crianças era bem maior que o
habitual nos estádios paulistas.
E grande parte do público atendeu ao pedido da CBF, comparecendo com camisas amarelas
e da seleção brasileira.
Retrato de um grupo de espectadores mais elitizado, o
número de camisas oficiais exibidas nas arquibancadas era
aparentemente maior que o de
uniformes piratas.
Outro reflexo disso eram os
preços praticados nos estacionamentos: R$ 100, em parte decorrentes também da operação
da prefeitura paulistana para
combater o comércio informal
nos arredores do Morumbi.
Inúmeros estacionamentos no
entorno do estádio, que operavam sem alvará de funcionamento, foram lacrados.
Nas ruas que circundam o estádio são-paulino, apenas três
estacionamentos estavam
abertos. E um deles havia firmado convênio para atender
com exclusividade os freqüentadores de um dos camarotes
-assim, acabou vetado para
torcedores que o procuravam.
Outra dificuldade encontrada pelo torcedores, como reflexo da ação da prefeitura, foi a
restrição para comer na porta
do estádio. No bolsão em que
costumam funcionar barraquinhas de lanches, havia só duas
tendas da prefeitura.
O problema é que, dentro do
estádio, não houve reforço na
alimentação oferecida ao torcedor "comum". O cardápio apresentado nos espaços mais populares foi o de sempre no Morumbi: kits do Habib's, biscoitos e amendoim.
Para quem foi aos camarotes,
porém, a fome não foi problema. Na falta de sanduíches de
pernil e cachorros-quentes antes de entrar no Morumbi, os
ocupantes daqueles setores tiveram à disposição um bufê,
com as mesmas iguarias.
Em alguns setores, além dos
sanduíches tradicionais de estádios, havia à disposição também sopa e risoto, fornecidos
por uma empresa que costuma
servir a um luxuoso espaço de
eventos na capital paulista.
Além dos quitutes, os felizardos freqüentadores de alguns
camarotes tinham ainda atrativos extracampo, como máquinas de videogame.
Bebidas alcóolicas também
foram consumidas pelo público. Mais uma vez, quem esteve
nos setores mais exclusivos teve maior tranqüilidade. Em alguns camarotes, garçons serviam os torcedores.
Já o torcedor "comum" continuou sem autorização para
beber cerveja dentro do estádio. E teve mais problemas que
de costume para fazê-lo fora.
Com maior rigor do policiamento, os ambulantes não negociavam seus produtos em
caixas de isopor, mas andavam
com sacolas e anunciavam cerveja de forma discreta, para não
chamar a atenção da PM, que
posicionou cerca de 2.000 homens nos principais corredores
de acesso ao Morumbi.
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