São Paulo, segunda, 22 de dezembro de 1997.



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Finais sem gols dão o terceiro título ao time carioca e encerram o Brasileiro 'tapetão'
Vasco campeão

Patrícia Santos/Folha Imagem
O atacante Edmundo, artilheiro da competição, com 29 gols, e o meia Juninho seguram a taça da conquista do Campeonato Brasileiro de 97


da Reportagem Local


Num campeonato marcado por manobras de bastidores desde o início, o Vasco foi, desde a primeira fase, o melhor time dentro de campo. Ontem, no Maracanã, a equipe confirmou sua supremacia ao empatar com o Palmeiras em 0 a 0, conquistando o terceiro Brasileiro de sua história. Antes, havia ganho em 1974 e 1989.
O Palmeiras perdeu a chance de vencer o torneio pela quinta vez, o que garantia ao time a posse definitiva do troféu.
Com o título, o time vascaíno garante vaga na Taça Libertadores -torneio interclubes mais importante da América do Sul- do ano que vem. Os outros representantes do país serão o Cruzeiro (atual campeão) e o Grêmio (vencedor da Copa do Brasil).
Por ter feito a melhor campanha nas fases anteriores, ao Vasco bastava o empate ontem -empatara no domingo passado em São Paulo, de novo sem gols.
O trunfo da equipe na final mais uma vez era o atacante Edmundo, artilheiro do Brasileiro, 29 gols.
O jogador, muito marcado, porém, pouco apareceu. Deu alguns dribles que animaram a torcida, recebeu um cartão amarelo.
O destaque acabou sendo o goleiro Carlos Germano, invicto neste Brasileiro, que defendeu uma perigosa cabeçada de Oséas a poucos minutos do final.
Mas, se não chegou a manchar a conquista do Vasco, a presença de Edmundo consagrou o campeonato como o "Brasileiro tapetão".
Iniciado com uma "virada de mesa" -a recondução de Fluminense e Bragantino, rebaixados em 96, à primeira divisão-, a competição também registrou lances de bastidores na reta final.
Sábado, Edmundo e o técnico palmeirense Luiz Felipe Scolari -expulsos na primeira partida da final- foram absolvidos pelo Tribunal Especial da CBF, o que permitiu sua presença no Maracanã.
Numa manobra arquitetada previamente, o jogador do Vasco forçou o cartão vermelho em São Paulo para poder ir a julgamento -punido com três amarelos, não teria direito a ir aos tribunais.
Além de bons de bastidor, os finalistas também se destacaram na violência. Os dois foram os mais indisciplinados do campeonato.
Edmundo, mais uma vez, e Cléber lideraram o ranking dos atletas mais advertidos da competição.
As equipes receberam 22 cartões vermelhos, sem contar expulsões dos técnicos Antônio Lopes (Vasco) e Luiz Felipe Scolari.
A decisão do Brasileiro-97 também ficou "esvaziada" pela ausência do técnico Zagallo, que esteve dirigindo a seleção brasileira simultaneamente na Copa das Confederações, na Arábia Saudita.
Curiosamente, poucos meses antes da Copa do Mundo da França, os jogadores finalistas não puderam ser observados de perto.



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