São Paulo, quarta-feira, 22 de dezembro de 2004

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TÊNIS

O tênis que o Brasil merece

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

Sai Nelson Nastás, entra Jorge Lacerda da Rosa. E o que muda na Confederação Brasileira de Tênis? Nada, dizem muitos. Para esses, troca-se uma turma por outra. Alguns defendem que os interesses pessoais (de forças que ainda não colocaram a cara para fora) seguem acima de tudo.
Outra turma diz que muda tudo: o jeito de fazer política, a maneira de administrar a CBT e a mentalidade de trabalhar o futuro. Para eles, só o fim de uma longa administração, sem renovação, já é uma vitória. Acaba também a falta de transparência, que tanto denunciavam. A falta de planejamento, outra falha anterior, estaria com os dias contados.
A CBT vai mudar? A nova gestão vai trabalhar o "tênis que o Brasil merece", como defendeu? Ou segue tudo igual? Para que o leitor faça sua avaliação, ficam registradas as promessas do grupo que agora comanda a CBT.
1) Transparência orçamentária.
2) Construção de sede própria para a CBT.
3) Atas, estatutos e contas apresentados ao TCU e/ou auditadas por empresa externa.
4) Clareza na prestação de contas, estrutura de custos e distribuição de receitas com federações e clubes que organizam torneios.
5) Planejamento integrado ao COB no uso de verbas do tênis.
6) Modernização e profissionalização da estrutura administrativo-financeira e mercadológica.
7) Aumento de parcerias com empresas privadas, governo, federações e clubes.
8) Desenvolvimento de programas comunitários.
9) Criação de um departamento com a contratação e aproximação de árbitros que, em contra-partida, barateariam os gastos nos eventos no país, principalmente com a criação do Circuito Brasileiro de Tênis Profissional, com pontos para ATP e WTA.
10) Criação de mais cursos para aprimorar e formar árbitros.
11) Desenvolvimento de planejamento de médio e longo prazo.
Para desenvolvimento de médio e longo prazo, alguns planos foram detalhados. São eles:
12) Criação da "escola brasileira", melhorando a capacitação de professores e técnicos, com a introdução de nova metodologia;
13) Parcerias com universidades, fundações e escolas públicas e privadas;
14) Integração e valorização dos torneios interclubes e interfederações e regionalização dos eventos;
15) Intercâmbio com outras confederações;
16) Melhora na imagem e no conhecimento do esporte;
17) Criação de calendário específico voltado à iniciação e preparação de tenistas profissionais masculinos e femininos com baixos custos operacionais; valorização dos atuais e ex-atletas;
18) Aproveitamento da infra-estrutura existente quando da realização de eventos como a Copa Davis para a criação de centros permanentes de treinamento;
19) Criação de programa médico para atletas infanto-juvenis;
20) Subdivisão do território nacional em regiões, visando criar orçamentos regionalizados.
Muita promessa feita? Ou um grande avanço a ser feito? Com a palavra, Jorge Lacerda da Rosa.

Lá e cá
A exemplo do que ocorreu aqui, a sede da Real Federação Espanhola de Tênis, em Madri, foi visitada pela polícia. Com mandado judicial, apreendeu documentos para apurar denúncia de desvio de verbas.


O Aberto de São Paulo, que vai rolar de 3 a 9 de janeiro, no Parque Villa-Lobos, terá, entre outros, Ricardo Mello, Flávio Saretta e André Sá. Bom programa para começar o ano.


O belo projeto WimBelémdon (www.wimbelemdon.com.br), que ensina tênis a crianças de um bairro carente de Porto Alegre, corre o risco de acabar por falta de apoio. A ajuda pode ser até raquete usada.

E-mail reandaku@uol.com.br


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