São Paulo, quarta-feira, 22 de dezembro de 2004

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FUTEBOL

Com voto de minerva do presidente, SDJD rejeita recurso contra perda de pontos e suspensões no caso Serginho

Zveiter fecha BR-04 com asterisco e pena para o São Caetano

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Com o voto de seu presidente, Luiz Zveiter, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) não aceitou o pedido de recurso do São Caetano, manteve ontem a punição ao clube pela morte do zagueiro Serginho e determinou que a classificação final do Campeonato Brasileiro de 2004 terá mesmo um asterisco.
O time do ABC tentava a absolvição no julgamento em segunda instância, mas não conseguiu reaver os 24 pontos perdidos, nem salvou a pele do seu presidente, Nairo Ferreira de Souza, suspenso por dois anos, e do médico do clube, Paulo Forte, punido com quatro anos. E o São Caetano não se livrou da multa de R$ 50 mil.
O voto de "qualidade", como definiu Zveiter, deixou a disputa igual por 3 a 3 (cinco auditores, mais o presidente do tribunal votaram), mas sua decisão teve peso dois no desempate para manter a retirada dos pontos do time.
No julgamento que tratou das punições a Nairo e Forte e da multa, o placar foi de 4 x 2 a favor da manutenção da pena. "Não tenho o que falar", disse o cartola do São Caetano. O médico não foi ao Rio.
Dessa forma, o tribunal definiu no tapetão a classificação do Nacional. Em 2003, haviam sido sete os asteriscos, divididos entre os seguintes times: São Caetano, Inter, Corinthians, Juventude, Fluminense, Ponte Preta e Paysandu. Neste ano, só o time do ABC, devido à punição, teve o sinal gráfico na tabela e acabou em 18º lugar.
Na Justiça desportiva só há possibilidade de revisão caso o São Caetano consiga convencer o tribunal de que tem uma nova prova. "Isso dificilmente acontecerá", disse Zveiter. Se isso realmente não ocorrer, restará o caminho da Justiça comum ou da Fifa.
O auditor José Mauro do Couto, que também é advogado do presidente Ricardo Teixeira (CBF), ficou contrariado com a punição. Antes da sessão, estava confiante: "Se não absolver essas pessoas, irei me considerar um imbecil."
No primeiro julgamento, dia 6, o tribunal entendeu que o clube sabia dos problemas cardíacos de Serginho e foi negligente ao não impedi-lo de jogar. O atleta morreu após sofrer parada cardiorrespiratória no Morumbi, em 27 de outubro, contra o São Paulo.
A decisão tira o São Caetano da Copa Sul-Americana de 2005. O Fluminense herda seu lugar.


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