São Paulo, terça-feira, 22 de dezembro de 2009

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fiel

Messi, 22 e argentino, é o melhor do mundo

Com larga vantagem, atleta se torna o primeiro de seu país a faturar o prêmio

Aborrecido com as críticas que recebe por não render bem pela seleção, craque do Barcelona chega ao topo da bola com larga vantagem

Steffen Schmidt/Efe
O argentino Leonel Messi, após receber da Fifa o troféu de melhor jogador do mundo em 2009, em Zurique

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Messi, oficialmente o melhor jogador do mundo em 2009, economizou nas palavras na cerimônia de gala da Fifa, em Zurique, ontem. Mas, fora do evento, deu declarações ásperas, mostrando sua maior raiva.
Primeiro argentino premiado como melhor de uma temporada no planeta, ele, enfim, explodiu contra os muitos conterrâneos que o criticam.
""Isso me aborrece, porque não é assim [não joga sem amor pela Argentina]. Sou argentino e sinto a camisa como o que mais sente. Tive a sorte de conseguir tudo com meu clube e me encantaria fazer o mesmo com a seleção. O que mais me deixa mal é falarem que não sou argentino", falou o jogador, que é comparado desde quando era adolescente com Maradona.
No palco, quando foi aplaudido pelas outras estrelas da bola, como Kaká, melhor do mundo de 2007, e Cristiano Ronaldo, melhor de 2008, foi mais discreto, politicamente correto.
"Desejo agradecer aos companheiros que votaram em mim. É uma honra receber este prêmio, que é fruto dos votos dos companheiros de outras equipes, outras seleções. Significa terminar da melhor maneira um ano magnífico para o Barcelona e para mim", falou.
Messi ganhou a votação com imensa folga. Acumulou 1.073 pontos, contra 352 do segundo colocado, o português Cristiano Ronaldo. Xavi, Kaká e Iniesta, os outros três finalistas de 2009, não fizeram 200 pontos.
O argentino foi disparado o maior vitorioso da temporada. Com o Barcelona, faturou seis títulos (Mundial, Copa dos Campeões, Espanhol, Copa do Rei, Supercopa da Europa e Supercopa da Espanha). Foi o melhor jogador do Mundial e da Copa dos Campeões, além de ter sido artilheiro da badalada liga europeia, repetindo assim Kaká e Cristiano Ronaldo nas duas últimas temporadas.
Xavi e Iniesta também brilharam com o Barcelona, clube que formou três dos cinco finalistas deste ano, mas Messi individualmente sobrou na turma, apesar das críticas pelas suas atuações pela Argentina.
"Eu tento ser o mesmo [no Barcelona e na seleção]. As eliminatórias [sul-americanas] são complicadas. Às vezes é difícil fazer o jogo que a Argentina pretende. A classificação [para a Copa] foi muito difícil, mas creio que no Mundial possa ser diferente para nós", disse Messi, alvo de pichações em La Plata por ter feito o gol do título mundial contra o Estudiantes.
Diferentemente de Kaká e Cristiano Ronaldo, que trocaram de clube na temporada, Messi é uma prova de fidelidade ao Barcelona, o qual defende desde 2004 como profissional -ele começou a vestir as cores do clube catalão em 2000.
Dentre os cinco finalistas deste ano, Messi é o mais jovem. Tem apenas 22 anos. Também é o mais baixo (1,69 m). Além dos títulos, é reverenciado pela sua habilidade, pelo jeito artístico de jogar.
Com a vitória de Messi, a América do Sul empata com a Europa em número de vencedores da premiação da Fifa, que começou em 1991. Agora, os dois continentes com mais tradição no futebol têm nove melhores do mundo cada um. Para a Fifa, Messi é argentino, sim.


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